Gosto de como o filme usa os velhos clichês inicialmente, principalmente a parte do roteiro que cria uma mentira para a mocinha sustentar uma imagem que não a dela, mas como isso tudo se torna secundário ao mostrar um traço de "O diabo veste prada" mas no mundo das artes, e de como há aqui uma discussão sobre ética no trabalho.
No entanto, me incomoda bastante os romances água com açúcar quererem sempre o tal final feliz, idiotizando o que poderia ser um ótimo final. Além disso, algumas personagens (como as secretárias) poderiam não ter esse ar maniqueísta. Ou seja, se flertasse mais com a realidade, ficaria tudo melhor, da comédia à reviravolta.
Mas ainda assim é um filme que sabe que não se pode levar a sério. Por mais competente que seja a composição das atrizes principais, Camila Mendes não é a Anne Hathaway, e definitivamente Marisa Tomei não é a Meryl Streep.
Ainda assim é satisfatório ver que o roteiro não se entregou a uma rivalidade feminina absurda, e entrega algo muito mais sistemático e estrutural para a opção das protagonistas em agirem como agiram, numa espécie de subterfúgio moral do empreendedorismo.
É gostoso de acompanhar, mas poderia cortar o final que seria ainda muito melhor.
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