Após sair do anonimato com o excelente Cães De Aluguel em 1992, apenas dois anos após sua estréia como diretor, Quentin Tarantino realizaria a maior obra-prima de sua carreira, Pulp Fiction: Tempo de Violência. Mas o que torna o filme tão aclamado pela crítica especializada e pelo público? A resposta é rápida e simples: o próprio Quetin Tarantino. O diretor/roteirista realiza um filme sinônimo de inovação narrativa, sendo que o modo como é construída e conduzida por Taranta torna o filme não menos do que perfeito.
Realizada em três diferentes linhas do tempo, com três espetaculares histórias, Pulp Fiction aparenta ser complexo a primeira vista, pelo seu modo não-linear de narrativa, tornando-se um grande quebra-cabeça a ser montado pelo espectador. Na primeira história somos apresentados aos mafiosos Vicent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), do quais devem receber uma maleta, mas por conta de imprevistos, devem mudar de planos. Na segunda história acompanhamos novamente Vicent Vega, mas dessa vez seu trabalho é levar a namorada de seu chefe, Mia Wallace (Uma Thurman), para se divertir, enquanto o chefe viaja a negócios. A terceira história mostra o boxeador Butch Coolidge (Bruce Willis), que é pago pelo chefe da máfia Marcellus Wallace para perder uma luta, mas ele vence, foge com o dinheiro e é perseguido.
São essas as três histórias que acompanhamos no decorrer de duas horas e meia, apreciando tudo o de melhor que o cinema "Tarantinesco" pode nos apresentar, sendo que seu roteiro proporciona muito humor negro, extrema violência, situações brilhantes e excelentes e deliciosos diálogos. Em Cães de Aluguel, Tarantino já havia explorado tudo isso, sendo utilizado de forma eficaz, mas em Pulp Fiction, o cineasta redefine, e o transforma em uma forma perfeita. Roteiro merecidamente premiado no Oscar, Globo de Ouro, BAFTA, Festival de Escotolmo e em Cannes.
Pulp Fiction ainda conta com excelentes atuações - nunca consigo diferenciar protagonistas de coadjuvantes neste filme -, sendo o destaque John Travolta na melhor atuação da carreira, marcando o seu "ressurgimento" no cinema, já que o ator estava meio que esquecido. Travolta recebeu apenas 150 mil dólares pelo seu papel, mas foi recompensados com inumeras indicações e premiações, sendo indicado inclusive ao oscar de mehor ator naquele ano. Samuel L. Jackson e Uma Thurman em excepcionais interpretações, já Bruce Willis não se intimida e também realiza uma atuação a altura dos demais. A pequena atuação de Tarantino é dispensável de comentários.
Quentin Tarantino em sua direção foi brilhante: planos e eficientes, sequencias perfeitas, desenvolvimento de narrativas e personagens, exploração da trilha sonora. Trilha sonora que merece destaque, não foi composta para o filme, foram excelentes escolhas de Tarantino, de gêneros como soul, rock, e pop. Funciona de forma magnífica, durante todo o filme.
A consequencia do enorme sucesso do filme foi as várias indicações recebidas para as mais respeitas remiações. O filme recebeu 7 indicações ao Oscar - vencedor do Oscar de melhor roteiro -, no Globo de Ouro foi indicada a 6 categorias - venceu melhor roteiro -, venceu melhor roteiro e melhor ator coadjuvante para Samuel L. Jackson no BAFTA, dentre as 9 indicações, premiado como melhor filme no festival de Cannes e outras várias premiações de outras academias. O sucesso do filme também se refletiu nas bilheterias, apenas nos EUA o filme arrecadou 10 vezes mais do que seu custo, tendo apenas no país uma bilheteria de quase 110 milhões de dólares, e no mundo o filme arrecadou mais de 210 milhões de dólares.
Pulp Fiction é sem dúvidas o filme definitivo dentro da carreira de Quentin Tarantino. O diretor dá uma aula de cinema, que resultara em um reconhecimento merecido. Pulp Fiction hoje permeia na lista dos melhores filmes de todos os tempos.
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