Faltou um diretor de coragem
Eis um flime que tranquilamente, se tivesse sido bem executado, ganharia 8 ou 9 sem ressalvas.
Sem Limites (limitless) foi baseado em um livro de sucesso pouco conhecido por aqui, mas com uma premissa bem interessante.
Edward Morra (isso mesmo, Morra) é um escritor decadente e vagabundo, sustentado pela mulher (Abbie Cornish), que trabalha em uma empresa como editora. Morra tem uma ex-esposa, que tem um irmão traficante. Após ser abandonado pela mulher atual que não aguenta mais pagar suas contas, Morra é abordado pelo irmão de sua ex, e ele lhe apresenta uma nova droga capaz de aumentar a utilização do cérebro em 100%. Ao experimentar a droga por não ter nada mais a perder, Morra se transforma em um novo homem. Mais decidido, pleno de informações e habilidades especiais. E é a partir daí que o filme se inicia. O livro dele que estava parado por total falta de inspiração, como que por mágica, surge em sua mente. Suas capacidades aumentadas, o transformam em um fenômeno no mundo dos negócios e um zero a esquerda quando o efeito da droga passa. Isso o torna um viciado e logo a droga mostra seus efeitos colaterais, fazendo com que ele acelere a sua visão dos fatos num efeito semelhante ao
filme Click.
Com isso logo os problemas começam a acontecer, Edward é acusado de assassinato e passa a ser pressionado por um agiota russo que passa a perseguí-lo por causa da droga.
Nisso o flime se desenrola em uma série de acontecimentos, nem todos eles plausíveis. E tem-se a impressão de que o diretor e o roteirista perderam a mão no fim, tornando-se passageiros de sua própria criação.
Sem Limites é um filme de altos e baixos. Fica notável a fragilidade do diretor e do roteirista, Neil Burger, descarta uma grande idéia com idéias pobres e fica no meio do caminho entre Clube da Luta e Réquiem para um Sonho. Não que o filme seja ruim, muito pelo contrário. Mas a falta de tato da equipe que o desenvolveu chega a irritar uma pessoa que realmente gosta de cinema bem feito.
E digo pra terminar no final, se tivessem entregado esse filme a um David Fincher ou um Aronofsky, o resultado teria sido outro.
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