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Entrevista 04 - Rosane Svartman

 

Esta é uma matéria produzida em parceria entre o Cineplayers e a Downtown Filmes, com o intuito de divulgar, redescobrir e reapaixonar o público brasileiro pelos nomes importantes da nossa história cinematográfica.


Natural de Memphis, nos Estados Unidos, Rosane Svartman mudou-se para o Brasil ainda criança, onde se formou em cinema pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Diretora, roteirista e com alguns trabalhos na TV, começou com curtas-metragens no início da década de 90, quando dirigiu Moleque (1990) e Eros (1991). Na TV, roteirizou Confissões de Adolescente (1995), onde comprovou sua facilidade em trabalhar com jovens artistas. Sua estréia em tela grande foi com Como Ser Solteiro (1997), premiado filme que se tornou série para o canal pago Multishow em 2000. Fundou em 1993, ao lado de Clélia Bessa, a produtora Raccord Filmes, visando trabalhar não apenas com cinema, mas também todas as demais linguagens emergentes, como telefonia móvel e internet.

Depois de dois novos curtas-metragens, lançou a comédia romântica Mais Uma Vez Amor (2005), com Dan Stulbach e Juliana Paes comandando o elenco. Em 2010, junto de As Melhores Coisas do Mundo, quebrou um jejum de quase uma década sem filmes nacionais voltados para o publico adolescente com Desenrola (2010). Nele, a protagonista Priscila, uma menina de 16 anos, enfrenta os dilemas dessa idade ao passar um final de semana sozinha em casa. Em junho deste ano, o longa foi vencedor  do prêmio de Melhor Longa Metragem no 9.º Cine Fest Petrobras Brasil, em Nova York.

Seu último trabalho é o comando da direção de Tainá 3 – A Origem, terceiro filme da franquia de sucesso da indiazinha Tainá, com lançamento apontado para 2012.

 

1. O cinema nacional por muito tempo foi relegado a segundo escalão pelo próprio público brasileiro. Hoje é um cenário diferente: consome mais, aceita, aconselha ao amigos, repete idas ao cinema... A que você atribui isso?

Rosane Svartman: Claro que a resposta óbvia é investimento. Investimento no fomento de obras audiovisuais, no lançamento destas obras. A produção brasileira hoje, que deixou de ser um gênero em si, conta com muitos filmes, que além de oferecerem uma visão prismática do nosso país, possibilitam a identificação do público com seus mais diversos temas. Mas é claro que essa produção tão significativa  enfrenta diversas dificuldades, principalmente no que diz respeito à distribuição, exibição.

2. Nos últimos dois anos vimos o retorno de filmes nacionais com temáticas adolescentes chegando aos cinemas. Acredita que essa abordagem do universo jovem veio pra ficar, ou vai encontrar resistência em seu próprio público alvo?

R.S.: A conquista do público alvo vem aos poucos, cada filme ajuda o outro. Mas a resistência não é o único obstáculo,  os canais de investimento audiovisual, as possibilidades principais de fomento e as comissões que as representam também precisam entender que é um gênero importante para nossa cinematografia.

3. Com Desenrola, você esteve em contato com muitos desses jovens, pesquisando para o roteiro. Qual o retrato da geração atual? É muito diferente da sua adolescência?

R.S.: Na verdade, a maior surpresa foi perceber o quanto ainda havia em comum entre as gerações. São muitas das mesmas dúvidas, medos, angústias, certezas efêmeras e assim por diante.

4. Qual filme melhor representou a sua adolescência?

R.S.: Difícil. Varia. La Boum, talvez. Daqui a um mês talvez a resposta mude.

 

 Por Rosane Svartman
(sem ordem de preferência)

 

Menino do Rio (1982), de Antônio Calmon

O jovem surfista Ricardo Valente se apaixona pela modelo Patrícia Monteiro, menina rica e sofisticada. Para conquistar o seu amor, ele terá de enfrentar o preconceito da família e a fúria do noivo de Patrícia.

Saiba mais sobre Menino do Rio.

 

Feliz Ano Velho (1987), de Roberto Gervitz

Após mergulhar em um lago muito raso, um jovem fica tetraplégico. Em sua cadeira de rodas, ele relembra passagens importantes de sua vida.

Saiba mais sobre Feliz Ano Velho.

 

Antes Que o Mundo Acabe (2009), de Ana Luiza Azevedo

Daniel é um adolescente crescendo em seu pequeno mundo com problemas que lhe parecem insolúveis: uma namorada que não sabe o que quer, um amigo que está sendo acusado de roubo e como sair da pequena cidade em que vive. Tudo começa a mudar quando ele recebe uma carta do pai que nunca conheceu. Em meio a todas essas questões, ele será chamado a realizar suas primeiras escolhas adultas e descobrir que o mundo é muito maior do que a gente pensa.

Saiba mais sobre Antes Que o Mundo Acabe.

 

As Melhores Coisas do Mundo (2010), de Laís Bodanzky

Mano tem 15 anos, adora tocar guitarra, beijar na boca, rir com os amigos, andar de bike, curtir na balada. Um acontecimento na família faz com que ele perceba que virar adulto nem sempre é tarefa fácil: a popularidade na escola, a primeira transa, o relacionamento em casa, as inseguranças, os preconceitos e a descoberta do amor.

Saiba mais sobre As Melhores Coisas do Mundo.

 

5x Favela – Agora por Nós Mesmos (2010),
de Cacau Amaral, Luciana Bezerra, Rodrigo Felha e Luciano Vidigal

Cinco histórias filmadas em diferentes comunidades cariocas.

Saiba mais sobre 5x Favela - Agora por Nós Mesmos.

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Outros filmes que devem ser lembrados: Proibido Proibir (2006), de Jorge Durán; Era Uma Vez... (2008), de Breno Silveira; Ressaca (2008), de Bruno Vianna; Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bodanzky.

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Leia também nossas colunas anteriores:

Edição nº1 - Mariza Leão

Edição nº2 - Bigode

Edição nº3 - Especial Cilada.com

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