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Filmes para 2016

Com participação de Heitor Romero.




O Orfanato de Miss Peregrine para Crianças Peculiares (Tim Burton, 2016)

Tim Burton volta ao estilo que o consagrou após um projeto pessoal que não rendeu lá muita coisa. Com Eva Green, Judi Dench e Samuel L. Jackson, o filme adapta um best-seller passado nos anos 40 sobre um adolescente que tenta descobrir a verdade sobre a morte do avô, aparentemente assassinado em uma ilha galesa por um monstro.




Moana (John Musker e Ron Clements, 2016)

Responsáveis por dois hits de animação dos anos noventa, os criadores de Aladdin e A Pequena Sereia produzem sua primeira animação computadorizada e inspirada na mitologia da Polinésia. Com responsabilidade de manter a aura de excelência retomada em Frozen, é talvez a grande aposta da Disney para o ano.




Zama (Lucrecia Martel, 2016)

Após arrebatar crítica e público nos anos 2000 com obras como O Pântano e A Menina Santa, trabalhando temas como amadurecimento, família e sexualidade em uma misé-en-scene rigorosa e visceral, Lucrecia Martel lança seu quarto longa metragem adaptando o autor argentino Antonio di Benedetto. A história é sobre um funcionário da Coroa Espanhola que, enquanto aguarda ser transferido para Buenos Aires, sai à caça de um fora da lei.




The Great Wall (Zhang Yimou, 2016) 

Reconhecido por seus neoclássicos wuxia Herói e O Clã das Adagas Voadoras e o drama de época Lanternas Vermelhas, Zhang trabalha com um elenco internacional (Matt Damon, Willem Dafoe, Pedro Pascal) para contar a história da Grande Muralha da China com toques sobrenaturais. Para quem gosta da estética sempre estilizada do diretor, é um atrativo e tanto. 




Neruda (Pablo Larrain, 2016)

O famoso ator mexicano Gael Garcia Bernal trabalha novamente com o diretor de Tony Manero e No, filmando a história de um inspetor chileno que caça o famoso poeta Pablo Neruda por suas afiliações comunistas. Vamos ver se a nova análise de Larrain sobre o passado de seu país ainda mantém o fôlego.




Jackie (Pablo Larrain, 2016)

A primeira produção de Larrain falada em inglês, com elenco de grandes estrelas (Natalie Portman e John Hurt) e centrando em Jaqueline Kennedy e os primeiros dias após o assassinato de JFK. Mais uma reconstrução do passado por parte do diretor, mas agora sob uma nova ótica do velho caso.




Procurando Dory (Andrew Stanton, 2016)

A continuação de Procurando Nemo ainda nas mãos do mesmo diretor (que também fez o muito lembrado Wall-E) afasta ao menos um pouco as apreensões dos fãs; a história agora centrada na coadjuvante do primeiro filme traz novas e velhas caras. Como a Pixar já acertou tanto quanto errou em suas continuações, é esperar para ver.




The Disaster Artist (James Franco, 2016)

O astro James Franco já tem uma carreira como diretor, mas este é o seu primeiro filme em um grande estúdio, biografando a história de Tommy Wiseau, o ator, roteirista e diretor de um dos piores e mais involuntariamente engraçados filmes da história, The Room. Na escola “tão ruim que é bom”, o filme ganhou uma legião de seguidores apaixonados, e Franco, o mais apaixonado deles, recria a história desse grande desastre cinematográfico.




Loving (Jeff Nichols, 2016)

O amor de um casal interracial e as absurdas leis racistas dos Estados Unidos dos anos 50 são os temas para onde o diretor dos elogiados Amor Bandido e O Abrigo aponta sua câmera. Com ascensão meteórica, o cinema de Nichols ainda parece longe de perder seu vigor.




Midnight Special (Jeff Nichols, 2016)

A outra investida de Nichols é o seu primeiro grande filme de estúdio, com produção e lançamento bastante empurrados. Por mais que saia um filme estranho desses que sempre saem quando cineastas e estúdios se desentendem, a história de perseguição comparada a John Carpenter e Steven Spielberg gera curiosidade.




Triple 9 (John Hillcoat, 2016)

O parceiro de Nick Cave, que dirigiu vários de seus clipes e fez sucesso com sua adaptação do livro A Estrada e o filme da era da proibição Os Infratores, agora aposta na história de ladrões e policiais corruptos planejando um grande assalto. Seu cinema violento e sujo é irregular, mas sempre interessante.




Salt and Fire (Werner Herzog, 2016)

Após o criticado Rainha do Deserto, Herzog aposta mais uma vez no tema natureza, sobrevivência e humanidade quando um grupo de pessoas em discordância sobre uma questão ambiental tem de fugir de um vulcão em erupção. Pragmático em ser sempre realista e carregando muitas das mais loucas histórias em sua longa carreira, Herzog é um dos poucos diretores da velha guarda que ainda estão preocupados em arriscar.




O Bom Gigante Amigo (Steven Spielberg, 2016)

Após o drama adulto Ponte de Espiões, Spielberg volta ao universo encantado de seus filmes infantis adaptando um livro de Roald Dahl sobre um gigante amigável que faz amizade com uma criança. Spielberg consegue ser em seus filmes infanto-juvenis muitas vezes mais consistente que em suas produções mais sérias, então é esperar e ver.




Personal Shopper (Olivier Assayas, 2016)

Após a parceria bem-sucedida de Acima das Nuvens, o veterano francês Assayas repete a parceria com Kristen Stewart e conta uma história sobrenatural que tem como pano de fundo o submundo da moda em Paris. Submundo (físico e pessoal) é um tema constante de Assayas, onde fez seu nome em filmes como Espionagem na Rede, Boarding Gate e Depois de Maio, e Personal Shopper parece uma investida coerente.




Como Falar com Garotas em Festas (John Cameron Mitchell, 2016)

John Cameron Mitchell, autor de Hedwig - Rock, Amor e Traição e Shortbus, dirige uma história baseada em um conto de Neil Gaiman, o criador do Sandman. O tom de fantasia e fábula do autor parece ter sido preservado sob as lentes do diretor que fez sucesso falando sobre identidade de gênero, sexo e relações interpessoais. Um encontro interessante de dois mundos diversos.



Paterson (Jim Jarmusch, 2016)

Com Adam Driver, o Kylo Ren de Star Wars VII - O Despertar da Força, a nova obra de Jarmusch se afasta do tom sobrenatural de Amantes Eternos e volta às histórias mais pé no chão de indivíduos ordinários que encaram a vida dia após dia - Driver interpreta um motorista de ônibus poeta, podendo esperar as marcas registradas de Jarmusch, como os diálogos melancólicos e/ou bizarros, o humor nonsense e as referências esquisitas.




Wiener-Dog (Todd Solondz, 2016)

O homem que deu um tiro na cara da América com Felicidade, filme com algumas das sequências e diálogos mais absurdas e perversas do cinema indie dos últimos vinte anos, Solondz dá continuidade ao seu pequeno clássico Bem-Vindo à Casa de Bonecas, com a protagonista do filme já crescida viajando pelo país. Apesar do interesse que seus filmes despertam, é importante lembrar que A Vida Durante a Guerra - continuação de Felicidade, era bastante irregular. De qualquer forma, é bom já ir preparado para a avalanche de humor negro que seus filmes costumam ter.




The Handmaid (Chan-Wook Park, 2016)

A nova investida do sul-coreano que estourou com o extremo Oldboy em sua volta ao seu país de origem após o americano Segredos de Sangue adapta uma história vitoriana sobre desejo e servidão para um drama de época de uma Coréia ocupada. É de esperar que, após o sucesso em seu país e um filme mais quadrado na América, Park procure mais liberdade estética e temática para criar suas obras.




The Bad Batch (Ana Lily Amirpour, 2016) 

Após o debut Garota Sombria Caminha Para a Casa à Noite, investida singular no cinema fantástico feita no Oriente Médio e que fez bastante barulho, a diretora estreia nos EUA dirigindo um filme com nomes como Jim Carrey, Keanu Reeves, Jason Momoa e Diego Luna, com uma história no mínimo bizarra, envolvendo distopia, canibalismo e amor.




Everybody Wants Some! (Richard Linklater, 2016)

Depois de tantos projetos originais e singulares que definiram a cara dos anos noventa e 2000 - Antes do Amanhecer, Waking Life, Escola do Rock, Boyhood - Linklater volta ao tema do seu clássico adolescente Jovens, Loucos e Rebeldes e faz uma comédia alucinada e amalucada com um elenco praticamente desconhecido. Uma investida mais despretensiosa do versátil diretor, mas sempre válida.




Julieta (Pedro Almodóvar, 2016)

Almodóvar revisita o melodrama com protagonistas femininas após a comédia escrachada Os Amantes Passageiros contando, pelo pouco que conseguiram obter, a história de uma mulher com problemas de saúde mental em dois períodos de tempo diferentes, 2015 e 1985. O título original “Silêncio” foi alterado para evitar confusão com o novo filme de Martin Scorsese. Para os apaixonados pelo estilo consagrados de Almodóvar, aí está o que ele sabe fazer como ninguém.



A Garota Desconhecida
(Jean-Pierre e Luc Dardenne, 2016)

Os veteranos belgas vencedores da Palma de Ouro e com uma carreira recheada de filmes reconhecidos não tem um filme como Dois Dias e Uma Noite e uma estrela como Marion Cotillard dessa vez, mas sua história sobre a obsessão de uma médica (Adèle Haenel, de L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância, 2011) em descobrir o nome de uma paciente que morreu em suas mãos já atrai curiosidade pela consistência da dupla.



Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016)

Depois da aclamação recebida pela crítica francesa com O Som ao Redor, Kleber Mendonça Filho e seu novo filme foram eleitos pela Cahiers Du Cinema na prestigiada lista de mais esperados de 2016. A trama envolve viagem no tempo e traz Sônia Braga de volta às telonas.




The Lost City of Z (James Gray, 2016)

O caso real do desaparecimento de um explorador britânico durante a busca por uma mítica cidade perdida nas selvas amazônicas nos anos 1920 é o mote para o novo filme de James Gray; uma aventura estrelada por Sienna Miller e Robert Pattinson. O projeto, engavetado desde 2009, finalmente saiu do papel e conta com a produção de Brad Pitt.




Sully (Clint Eastwood, 2016)

Para quem reclamou de American Sniper, Clint Eastwood volta mais uma vez a contar a história de uma figura heroica americana. O filme sobre o piloto Chesley “Sully” Sullenberger e sua arriscada aterrissagem para salvar os passageiros do vôo 1549 é estrelado por Tom Hanks, Aaron Eckhart e Laura Linney.




Ave, César! (Joel e Ethan Coen, 2016)

Parte homenagem e parte desconstrução dos Irmãos Coen sobre o star system dos anos cinquenta, vemos um funcionário da indústria cinematográfica (Josh Brolin) responsável por proteger as estrelas do estúdio Capitol de polêmicas. O que já prometia uma ácida comédia de erros com as personalidades bizarras que habitavam Hollywood ganha contornos de filme policial quando um dos principais astros (George Clooney) é sequestrado por uma organização misteriosa. Mescla de gêneros e uma atmosfera calcada no absurdo: os Coen refinam as obsessões habituais.




Silêncio (Martin Scorsese, 2016)

Aqueles que acompanham fielmente a carreira de Martin Scorsese devem saber que Silêncio, adaptação da novela homônima de 1966 escrita por Shusaku Endô, é um antigo sonho de Scorsese, com as primeiras conversas datando dos anos 90. Com produção iniciada em 2009 e posta em espera por anos, o filme toma vida com Adam Driver e Andrew Garfield interpretando dois jesuítas que conhecem ódio, perseguição e violência quando vão para o Japão propagar os ideais cristãos e procurar por seu mentor (Liam Neeson). Os épicos de época do diretor sempre dividem opiniões, e o caso aqui não deve ser diferente.




Elle (Paul Verhoeven, 2016)

Primeiro filme de Verhoeven desde o pouco divulgado média-metragem Traição (Steekspel, 2012), Elle traz Isabelle Huppert como a bem-sucedida protagonista que tem a vida mudada quando é atacada em casa por um assaltante e desenvolve uma obsessão em descobrir sua identidade e se vingar. Thrillers clássicos de Verhoeven - como O Quarto Homem e Instinto Selvagem - são algumas das experiências mais angustiantes que se podem ter no cinema. Quando junta forças com a grande atriz do cinema europeu contemporâneo, a expectativa só tende a aumentar.

Comentários (17)

Bernardo D.I. Brum | quinta-feira, 10 de Março de 2016 - 14:09

Oi Danilo, procurei ser bem abrangente em relação ao cinema mundial, tanto que poucos países (França, EUA) tem mais de um representante. Mas como você reiterou sua preferência em mais de uma postagem, prestarei mais atenção na relação do ano que vem. Valeu.

Pedro H. S. Lubschinski | quinta-feira, 10 de Março de 2016 - 14:57

Os cara andam mala pqp, em toda matéria reclamam que falta algo.
Aí nas critica do Spada que deveria ir geral reclamar só aparece a meia duzia de sempre 🙄

Daniel Barreto | sábado, 26 de Março de 2016 - 08:01

The Handmaid e The Great Wall.

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