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Críticas

Cineplayers

Horrendo, mesmo sob uma ótica que analisa o filme como puro entretenimento.

2,0

Este “10.000 a.C.” dispensa maiores apresentações. Não por ser um ótimo filme ou especialmente famoso – até fez um sucesso moderado como o primeiro grande filme (“grande” do tamanho de sua pretensão) de efeitos especiais lançado em 2008, mas por ser previsivelmente ruim. Roland Emmerich é notório diretor de filmes vazios e aborrecidos, lotados de efeitos especiais para tentar disfarçar a sua falta de conteúdo. Normalmente, não dá certo. Quando lançado nos cinemas, 10.000 a.C. foi massacrado criticamente por várias razões. Uma delas foi sua falta de coerência histórica. Não tenho o objetivo de analisar o filme do ponto de vista histórico, e sim como veículo, produto, filme de entretenimento, algo que sempre dizem estar presente nos filmes de Roland Emmerich.

Porém, mesmo como produto de puro entretenimento, 10.000 a.C. é uma afronta à inteligência de seus espectadores. Elaborado sobre um roteiro que parece ter sido escrito em questão de horas pelo próprio diretor em conjunto com Harald Kloser, novato nessa área (e mais conhecido por ter trabalho como compositor e no departamento sonoro de muitos filmes), sua história tem estampada em todos os seus pormenores, reviravoltas e acontecimentos pseudo-importantes a necessidade de querer agradar o público para conquistar o máximo de bilheteria possível, através de soluções óbvias, de fácil acompanhamento e personagens clichês.

Trata-se, falando de forma grosseira, de uma aventura “épica” que mistura de forma horrenda características de Apocalypto, de Mel Gibon, com O Senhor dos Anéis, trilogia de Peter Jackson da qual Emmerich extraiu sem constrangimentos vários planos, praticamente sem tirar nem pôr nada. Há lampejos de excitação aqui e ali, particularmente as cenas envolvendo alguns mamutes são visualmente interessantes, quando conseguem disfarçar os efeitos especiais fraquíssimos – bem abaixo da média do que estamos acostumados a ver na filmografia de Emmerich, mais um fato de denota a pressa na produção do filme. Além da computação gráfica de nível duvidoso, o uso da tela azul soa muitas vezes falso e distrai o acompanhamento de algumas cenas.

Os atores, desconhecidos em sua maioria, apresentam-se em atuações extremamente superficiais. Mesmo o herói, D'Leh, não é um personagem particularmente interessante, pois é tão clichê que uma sensação típica de acompanhar sua evolução é a de constrangimento para quem conhece pelo menos um pouco o cinema de aventura – até porque fica óbvio, desde sempre, que sua jornada será bem sucedida no final. A mocinha do filme, Evolet, de beleza não-tradicional no filme por conta da maquiagem (pois a atriz Camilla Belle tem aparência bem normal, mesmo que bela), não tem cena alguma que desperte emoções sinceras, mesmo quando lá pelas tantas sua vida está em sério risco. O principal culpado é o roteiro, claro, que deu a esses e a todos os outros personagens diálogos frouxos e previsíveis.

Para piorar, há alguns personagens menores que desempenham papéis absolutamente constrangedores e de objetivos confusos. Tudo porque Emmerich tentou criar um mundo rico e uma lenda interessante para o seu mundo pré-histórico, mas tudo o que conseguiu de fato foi apresentar uma bagunça completa. A Velha Mãe, feiticeira da tribo de D'Leh, por exemplo, demonstra poderes, lá pelas tantas, para interferir favoravelmente no destino de nossos protagonistas, sem maiores explicações. Então em vez de D'Leh escapar de ser comido por um grande tigre de bengala, por exemplo, sabemos que ele salva-se por intervenção da velha senhora, o que tira bastante da força do personagem e, principalmente, soa ridículo quando sabemos que as intenções do filme são as de ser um produto de entretenimento ao invés de uma aventura histórica séria e bem resolvida. Pois se 10.000 a.C. for analisado sob esse último olhar, o resultado é deveras mais desastroso e portanto, como comentei acima, não vou criticá-lo dessa maneira. Pois este último  filme de Emmerich é ruim mesmo sob um olhar superficial e não muito exigente.

Comentários (1)

Cristian Oliveira Bruno | sexta-feira, 22 de Novembro de 2013 - 13:42

Filme muito ruim, bem abaixo das expectativas. Atores medíocres, enredo nulo. O trailer é bem melhor que o filme, pois é mais curto. Ainda assim dou nota 4,0.

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