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(500) Dias com Ela

((500) Days of Summer, 2009)
7,7
Média
1017 votos
?
Sua nota

Críticas

Cineplayers

Consegue cativar, mas não traz nada de novo ao gênero.

6,0

(500) Dias Com Ela embarca na onda do cinema americano pop independente, aquele que faz de tudo para parecer descolado e fora do mainstream, mas à custa de uma trilha sonora recheada, personagens simpáticos (mesmo quando postos como antagonistas ou anti-heróis), e sem um aprofundamento maior em suas atitudes.

É óbvia a inspiração de Marc Webb em Woody Allen. O diretor estreante, oriundo dos videoclipes, bebe da fonte que Noivo Neurótico, Noiva Nervosa lançou lá em 1977: a história de um casal meio estranho, com seus altos e baixos, contada de forma não linear, a ponto de misturar várias lembranças e sentimentos do protagonista em relação ao seu objeto afetivo. Em ambos os casos eles são alter-egos dos roteiristas – aqui, Scott Neustadter que assina o filme ao lado de Michael Webber.

O grande problema do filme é que o diretor não parece saber exatamente pra onde conduzir a história e seus personagens. A narração só atrapalha e nos afasta do drama vivido ali, e a contagem de dias se mostra inútil, já que não acrescenta em nosso envolvimento com o casal. Parece que é apenas para ficar evidente que o filme transita entre tempos diferentes, o que já é muito claro pela diferença de atitude das personagens.

Joseph Gordon-Lewitt apresenta mais uma interpretação ótima, como um personagem sem nada de especial, e que por isso é tão identificável em sua busca de quem acredita ser o amor de sua vida, que por sua vez tem uma perspectiva muito diferente da situação. A grande cena do filme, aliás, é aquela em que Webb consegue compor muito bem os dois quadros de uma mesma cena, a partir do que a personagem esperava e o que realmente aconteceu. Já Zooey Deschanel fica presa em uma personagem sem muita verossimilhança, parecendo apenas alguém muito interessante e que, justamente por esta qualidade, faz questão de se distanciar de seu parceiro, causando todos os conflitos no filme.

O longa-metragem ainda tem outros problemas, como personagens coadjuvantes caricatos, a trama quase sempre cair em chavões, e um final meio complicado e que talvez vá totalmente contra o desenrolar do filme. Mesmo que ainda tente fazer uma ligação com A Primeira Noite de um Homem, que o casal protagonista assiste no cinema e faz a cena mais bonita, desde um belo uso de “Bookends” de Simon e Garfunkel até à reação distinta dos dois ao final da sessão.

Mas mesmo sem sair da vala comum de comédias independentes americanas, (500) Dias com Ela ainda consegue ter um protagonista simpático, e uma história que tem o poder de cativar, mesmo não adicionando nada no gênero.

Comentários (1)

Marcus Almeida | sexta-feira, 04 de Novembro de 2011 - 19:06

Não passa de mais um produto pop, absolutamente comum no gênero.

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