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Críticas

Cineplayers

O início do fim ou uma brincadeira inofensiva?

4,0
Na geração dos youtubers, qualquer pessoa com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça pode ficar famosa do dia para a noite e rica de um mês para o outro. Sempre foi assim, de certa forma, mas agora que poucos querem ser anônimos, os casos se acumulam (e desaparecem com a mesma velocidade que chegam). Como isso afetará o Cinema há de se revelar, mas experiências como este Amizade Desfeita (Unfriended, 2014) provocam certo temor em espectadores mais tradicionais, o que reconheço que sou.

Trata-se basicamente de uma montagem de um chat online via Skype entre ditos amigos, gravado diretamente da tela do computador e apresentado em tempo real, com a mistura de um ingrediente fantasmagórico, que se define na forma de um espírito de uma garota vítima de bullying. É como se utilizássemos um daqueles softwares de gravação de tela enquanto manipulamos nossas tradicionais ferramentas no computador – Skype, navegador, etc. Tudo, claro, com exageros dramáticos e de forma mais ou menos bem orquestrada.

A intenção, creio eu, seja de assustar e funcionar como um daqueles suspenses de tensão crescente, onde tudo começa banal e, susto a susto, vai fazendo o espectador roer as unhas e esquecer de respirar. Mas não é o caso aqui. Apesar de bem montadinho, o filme é de uma ingenuidade tremenda, ou seja, não há como algo desse porte fazer cócegas na indústria cinematográfica. Não é como se fosse um novo A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999), que praticamente definiu um novo estilo de filmagem que se alastra (para o bem e para o mal) até os dias atuais.

Também não causa tensão o fato dos adolescentes envolvidos terem certa limitação de inteligência, embora isso vá de encontro ao estereótipo fomentado por Hollywood já há algumas décadas – não é exclusivo da geração atual. A maior lição que é apresentada talvez seja a que há excesso de informação para as pessoas atualmente e estas não sabem fazer bom uso delas. Aqui o resultado é mortal para algum deles (piadinha sem graça e infame, mas enfim...).

Se há qualidades? Não, não há. Há apenas de se notar a ousadia em liberar algo nos cinemas em um formato tão habitual para o seu público-alvo. Talvez os viciados em comunicação de papel higiênico (leia-se: descartável) sentirão algum calafrio e um ou outro pensará duas vezes antes de fazer piadinhas infames sobre a má-sorte daquela sua falsa amizade. Mas a tendência é que passe incólume pelos espectadores. Felizmente, não há nada a temer aqui, para o bem do Cinema.

Comentários (12)

●•● Yves Lacoste ●•● | sexta-feira, 22 de Janeiro de 2016 - 15:27

Filme todo situado na tela do computador da protagonista muito bom. Não sei pq a negatividade aí? Rsrs.

Pedro | sábado, 23 de Janeiro de 2016 - 20:38

o filme é mt bom.

Luís Daniel | terça-feira, 26 de Janeiro de 2016 - 17:10

A maior lição que é apresentada talvez seja a que há excesso de informação para as pessoas atualmente e estas não sabem fazer bom uso delas

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