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Críticas

Cineplayers

A ótima Rachel Weisz comanda este pequeno filme cheio de boas qualidades. Altamente recomendado!

8,0

O diretor Neil Labute parece, como ninguém, gostar de brincar com os sentimentos humanos e deleita-se ao apresentar ao público o quão imprevisíveis e subversivos seus personagens podem e devem ser. Foi assim com Possessão (filme de 2002 com Gwyneth Paltrow) e agora temos o prazer de conhecer “Arte, Amor & Ilusão”, sua mais nova obra que não só aprofunda o desenvolvimento dos estereótipos preferidos do diretor como também marca a definitiva ascensão e maturidade da carreira da jovem atriz Rachel Weisz.

Rachael já é carta marcada no baralho hollywoodiano (você provavelmente não se lembra dela mas ela foi a “mocinha” dos dois primeiros filmes “A Múmia”, par romântico de Hugh Grant no excelente “Um Grande Garoto” e par de Keanu Reeves em “Constantine”), sempre atuando ao lado de grandes nomes em grandes produções. Finalmente chega a hora de Weisz trabalhar em um filme pequeno sendo o principal nome do elenco. A garota não decepciona. Sua personagem, Evelyn Ann Thompson, é impulsiva, delicada, energética, persuasiva e muito inteligente. Sua paixão pela arte é tão atordoante (paixão essa só realmente revelada em sua essência no ato final da produção) que poucos conseguem entender seus reais motivos ao final do filme.

O filme conta a história de Adam (Paul Rudd), que subitamente vê sua vida mudar ao se apaixonar por Evelyn (Rachel Weisz). A partir do primeiro encontro de ambos tudo muda no relacionamento de Adam com seus melhores amigos, o casal Jenny e Phillip. O enredo, também escrito por LaBute, agrada e ao mesmo tempo engana o público; o filme, inicialmente, faz pensar que estamos assistindo a mais uma comédia romântica “água-com-açúcar”. Doce engano!

The Shape of Things é um filme forte que possui um salto de qualidade absurdo de sua metade em diante. Com um desfecho um tanto quanto incomum, o filme choca ao nos mostrar até onde vai a loucura artístico-conceitual humana. Algo como Closer faz, em escala bem menor, onde sabemos que, no fundo, muitas vezes a vida caminha dessa forma, apesar de ainda assim hesitarmos por bons minutos quando um filme nos mostra certas situações de forma tão clara.

O desenvolvimento dos personagens, em especial de Adam e Evelyn, é conduzido de forma tranqüila, tudo minuciosamente planejado pelo diretor para que o choque ao final da produção fosse ainda maior. O filme não possui um ritmo lento e “light” por engano, tudo gira em torno do ato final e como você procurou enxergar a situação até então.

O filme é muito bem montado. Nada que exija complexidade de entendimento nem ao menos atenção a detalhes, a não ser em uma parte ou outra, longe de ser um “Brilho Eterno” em que se você não estiver atento, se sentirá perdido em alguma parte do filme. E é justamente essa mistura de simplicidade, arte e relacionamento que torna “The Shape of Things” um excelente drama fantasiado de comédia-romântica. A trilha sonora é bastante sólida, toda ela cantada e composta por Elvis Costello, mas infelizmente não identificamos nenhum grande tema que faça o filme “soar” inesquecível.

Arte, Amor & Ilusão é um filme curto que, sendo muito bom, parece passar mais depressa ainda. Apesar de não possuir qualquer rastro de erotismo ou pornografia carrega a pesada censura “R” (18 anos) aqui no Brasil - também pudera, com o desfecho que tem. Não poderia deixar de recomendar esse ótimo filme que acaba de chegar ao mercado em DVD. Um trabalho bastante impressionante com uma atuação que é um presente por parte de Rachel Weisz. Com certeza o tipo de filme que merece ser revisto.

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