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Cidade dos Sonhos

(Mulholland Dr., 2001)
8,5
Média
800 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

Um filme com a marca David Lynch, pode grudar o espectador na cadeira.

9,0

Finalmente vi "Cidade dos Sonhos" (Mullholand Drive) de David Lynch, o filme “maluquete” sensação do momento; o sucesso do filme nas bilheterias de todo o país assustou os grandes cinemas, que não esperavam um estardalhaço tão grande. É o “cult” do ano de 2002, principalmente pela polêmica: uns adoram de paixão, uns odeiam como o inferno.

Premiado com a Palma de Ouro de diretor, César de melhor filme, indicado ao Oscar de direção, ganhando praticamente todos os prêmios que apareceram, é óbvio que a expectativa em torno do filme era grande. Lynch é um diretor experimental, que fez desde pequenos independentes, seriados de TV (Twin Peaks) e até mega-produções de Sci-Fi (Duna); ele ficou famoso por fazer um estilo de "narrativa de sonho" seqüências desconcertantes e aparentemente desconexas que quebram e distorcem a linearidade das histórias fazendo com que você tenha impressão de acordar de um sonho (ou pesadelo) assim que o filme acaba. Alguns filmes dele tem pequenas partes assim, mas outros são totalmente contados assim! A maior obra prima dele nesse sentido é “A Estrada Perdida”, um de seus filmes mais cultuados; quando ele disse que ia voltar a esse estilo depois do "normal" e ótimo “História Real” (The Straight Story) os fãs ficaram empolgados.

O problema é que Mulholland Drive é uma picaretagem assumida, ele gravou o filme para ser piloto de uma série, foi recusado e então ele resolveu acrescentar mais coisas pra finalizar como um longa metragem e lançar no cinema, mas é um engodo tão bem-feito que conquistou todo mundo e dá até pena de saber que muitas coisas mostradas no filme realmente nunca serão explicadas pois precisa-se de mais de 2 horas pra desatar tantos nós. "Não tentem entender meu filme", disse Lynch em entrevistas e honestamente pra curtir esse você tem que abrir a guarda e entrar no lance, há furos enormes de roteiro mas nenhuma intenção de tapá-los, se você gosta de tudo muito coerente nem passe perto na porta do cinema.

Mas se você estiver disposto a embarcar na viagem prepare-se, o filme é muito legal, fiquei grudado na cadeira desde o início meio monótono até o desfecho absolutamente absurdo, não dá pra ficar indiferente. A trama envolve duas mulheres, uma morena que sofre um acidente de carro e perde a memória, e uma loura aspirante a atriz que veio do interior do Canadá para tentar a sorte em Hollywood. Elas se encontram por acaso e a loura decide ajudar a nova amiga a reconstruir as peças do seu passado, mas ao contrário do que se espera, em vez da coisa se tornar mais clara ela vai tomando um rumo completamente inesperado. Não dá pra explicar muita coisa mas vou repetir um conselho do próprio Lynch - prestem atenção no início - tem um detalhe lá que ajuda a entender o fio principal da história por que entender totalmente é muito difícil, deixe-se levar.

Lynch tem que fazer um filme de terror, ele consegue criar um clima perturbador como poucos diretores. Gostei bastante mas ainda acho “A Estrada Perdida” melhor.

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