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Críticas

Cineplayers

A saga de um garoto na Quebec dos anos 60 aos 80 - uma grande opção de cinema.

8,0

Uma das surpresas do Festival do Rio, este filme canadense, o sexto da carreira do cineasta Jean-Marc Valée, é uma história de amor entre pai e filho contada num estilo de realismo fantástico, divertida, emocionante e bem realizada.

O título se refere aos cinco filhos do machão Gervais Beaulieu, interpretado por um excepcional ator chamado Michel Côté, cada um possui as iniciais do nome formando a palavra CRAZY, que também é o nome da música favorita de Gervais. O que pode gerar uma certa confusão é que, apesar do título se referir aos cinco irmãos, na verdade é apenas sobre um deles, o penúltimo, Zachary (Marc-André Grondin). Isso torna os outros membros da família bastante unidimensionais, estereótipos até, porém é uma falha menor que não apaga o brilho da trama principal.

Narrado por Zac desde a barriga da mãe até a idade adulta, o filme comprime 30 anos em duas horas de forma ágil, embalado por músicas que ajudam a marcar as décadas de 60, 70 e 80 e que também possuem um papel na vida dos personagens de Zac e Gervais, constantemente entrando em conflito devido ao fato dele ser gay em uma família cristã de Quebec nos anos 60, embora ambos estejam igualmente confusos em aceitar o fato. Isso acaba fazendo Gervais acolher o filho drogado e marginal, Raymond (Pierre-Luc Brillant), com quem Zac sempre teve uma rivalidade, mas os força a colocar as prioridades em ordem, já que Gervais concentra-se no filho que realmente tem um problema, deixando Zac livre para descobrir a si mesmo numa viagem à Jerusalém.

Apesar do drama, o filme é leve e bastante bem humorado, possuindo momentos inspirados como o coro de igreja cantando Sympathy For The Devil dos Rolling Stones. O uso da música é fundamental para criar uma conexão com a platéia e a direção trata de maneira acessível os temas e histórias dessa pequena saga sobre pessoas comuns. 

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