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Críticas

Cineplayers

Bela atuação de Ashley Judd em drama romântico de tom mais sério.

7,5

Este filme independente foi indicado ao Grande Prêmio do Júri no Festival de Sundance, em 2006. Encontros ao Acaso marca a estréia da atriz Joey Lauren Adams, indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz por Procura-se Amy, no posto de diretora. Ela foi a responsável, também, por desenvolver o roteiro do longa. Aprovada nas duas funções. A escolha do elenco também foi acertada, um grande trabalho de todos, com destaque para a protagonista, cuja atuação falarei melhor adiante.

A história nos apresenta Lucy (Ashley Judd), uma mulher trabalhadora, mas que enfrenta problemas na vida amorosa. Há tempos ela não sabe o que é ter um relacionamento com alguém. Sua vida é baseada em encotros casuais de uma noite só, sempre depois de muita bebedeira. São encontros desprovidos de qualquer forma de sentimento, a não ser o desejo carnal por outra pessoa. Mas Lucy não encontra problemas só nos relacionamentos amorosos, ela tenta, ainda, reaproximar-se do pai, um ser extremamente racional. Ao conhecer Cal (Jeffrey Donovan), um novo morador da cidade, Lucy começa a enfrentar as dificuldades de lidar com um relacionamento. 

Lucy é uma figura real, de uma mulher que parece encarar como um pesadelo a possibilidade de sentir algo por outra pessoa. Em cenas muito bem construídas, o filme deixa claro essa personalidade de Lucy que esconde ao máximo seus sentimentos. Ela não consegue assumir de maneira alguma que é uma pessoa amorosa. Na cena em que vai ao mercado para comprar comida para seu novo cachorro, ela é incapaz de assumir para a vendedora, quando a moça lhe pergunta a respeito, sua intenção de cuidar do animal, escondendo ao máximo a afeição crescente que sentia pelo cão. Isso porque Lucy é uma pessoa que, assim como a maioria, prefere evitar o novo, o desconhecido. Essa interpretação da personalidade dela pode ser feita com a metáfora criada por meio da jukebox. Ao perceber que a jukebox antiga, do bar, está sendo trocada por um nova, Lucy se revolta e pergunta o porquê dessa mudança.

Apesar de não ser um filme original em sua forma e conteúdo, Encontros ao Acaso consegue se destacar devido à direção de Adams e ao show dado por Ashley Judd. A atriz, em 2004, foi indicada ao Globo de Ouro por sua interpretação em De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter. Em Econtros ao Acaso, a atriz está magnífica, sem maquiagem alguma, demostrando a personalidade rude de sua personagem que esconde sua ternura. Uma atuação fortíssima, marcante. Mas Judd foi esquecida pelos prêmios. Poderia ter sido mais recompensada. Em um filme maior, que conseguisse chamar mais a atenção, a atriz, com certeza, teria sido lembrada por algumas premiações norte-americanas.

A produção mostra as dificuldades amorosas. Um retrato de uma realidade presente na vida de muitos. Exceções são os que conseguem achar seu amor de conto-de-fadas. Encontros ao Acaso é para fãs de um cinema mais sério, aproximando-se do conceito artístico, mesmo que não seja uma obra-prima. Não caia no erro de pensar que o filme é um romance hollywoodiano inofensivo. O final não possui uma interpretação fechada. As coisas podem se acertar, ou tudo pode acabar como começou. Cada um que entenda à sua maneira, de acordo com suas próprias experiências de vida.

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