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Críticas

Cineplayers

Com uma história leve e simpática e bem mais delicada do que o título possa sugerir, a trilha sonora de Sondre Lerche preenche os espaços e ajuda a fortalecer a ação.

7,0

Depois de roteirizar alguns filmes como Um Grande Garoto e o bonito Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador, Peter Hedges aparece como diretor dessa comédia cujo infeliz título nacional reduziu-o a mais um filme engraçado protagonizado por Steve Carrel, ator conhecido por O Virgem de 40 Anos e pela série de TV The Office. Longe de querer ser redundante ao citar esses conhecidos trabalhos de Carrel o que se pretende mesmo é chamar atenção para a linhagem humorística a que ele se vê ligado e que sensivelmente difere do humor que vemos em Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada.

Com um humor de tipo familiar e sem afetações este filme fala sobre a bagunçada vida de Dan, pai viúvo de duas adolescentes e uma criança e que vê sua vida atravessada pelas opiniões de todos ao seu redor quando parte para um final de semana na casa de seus pais. Todos se preocupam com a solidão de Dan, inclusive ele mesmo, e todas as tentativas de ajudá-lo acabam em fiasco. Aqui cabe um comentário sobre o fato de que os roteiristas Peter Hedges e Pierce Gardner se inspiraram em situações corriqueiras de seus feriados em família para desenvolver as engraçadas situações do filme.

Em meio a esse clima de disputa entre irmãos, de desentendimentos com as filhas e intromissão dos pais em sua vida, ele resolve seguir o conselho da mãe (Dianne Wiest) e sai pra um passeio solitário. Ao parar para comprar jornal ele se vê envolvido em ajudar uma desconhecida a escolher alguns livros para que ela possa lidar com um final de semana também difícil. Perceba como Carrel vai construindo essa cena e apanhando livros aleatoriamente enquanto a personagem de Binoche vai explicando qual o conteúdo do livro-salvador que ela gostaria de encontrar. Entusiasmado com o encontro, Dan não consegue esconder a alegria por ter conhecido Marie (Juliete Binoche) e ao mesmo tempo em que relata o inusitado encontro à família, dá de cara com ela como acompanhante de seu irmão Mitch (Dani Cook).

É aqui que entra em cena a trilha sonora original composta pelo músico norueguês Sondre Lerche, que não só demonstra sintonia temática com os conflitos da trama (como na música To Be Surprised, tema e mensagem final do personagem de Dan) como molda a sensibilidade que permeia o filme e faz dele algo melhor do que se poderia esperar.

Vendo no romance vivido por sua filha Cara (Brittany Robertson) o duplo de sua relação com Marie, e impedindo que esse romance se confirme, Dan se afunda numa grande confusão de sentimentos e se mete em várias situações constrangedoras que envolvem desde a histeria familiar, um encontro arranjado e várias chacotas com o seu comportamento inapropriado.

Filme de atuações espontâneas e algumas improvisações divertidas como a cena em que os irmãos de Dan elaboram uma "apresentação musical" sobre a moça que virá buscá-lo para um encontro às escuras (interpretada por Emily Blunt), a música é realmente um eixo que percorre o filme com várias pequenas intervenções musicais desse tipo presentes e ajudando na coerência das ações.

Leve, familiar e divertido, Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada é um filme de intenções simples e realização competente surpreendendo por não ser vazio como a maioria das estréias do circuito comercial atual.

Comentários (1)

Fernanda Pertile | quinta-feira, 15 de Dezembro de 2011 - 17:36

Assisti alguns dias atrás no Telecine e devo confessar que me surpreendi. Ao olhar o nome na programação, não me interessei muito(os títulos nacionais matam a vontade de assistir, ainda que esse não é tãão ruim assim, tem piores). Mas quando o filme começou, ele foi me envolvendo com as cenas engraçadas e cômicas, Steve Carell é sempre divino, um excelente ator. Uma ótima opção se você vai ficar em casa em um domingo a tarde e quer assistir a uma boa comédia.

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