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Homem-Aranha 3

(Spider-Man 3, 2007)
6,2
Média
967 votos
?
Sua nota

Críticas

Cineplayers

Divertido e belo, mas o roteiro é muito fraco, configurando este como o piorzinho da trilogia.

6,0

Homem-Aranha 3 padece das sinas de alguns filmes mal feitos. A primeira, o vilão melhor que o mocinho, ou seja, a estória que envolve o Homem-Areia é mais interessante do que as agruras de pobretão fodido do Peter Parker. Segunda, o coadjuvante rouba a cena. Assim, James Franco está muito melhor no filme do que Tobey Maguire. E assim caminha  Spiderman 3, de tropeço em tropeço, roteiro ruim, pesadamente para o final, fazendo-se sentir suas duas horas e tanto de duração.

Depois de 2/3 do filme já passado entra em cena mais um vilão. Como parece não haver muito tempo para desenvolvê-lo, Eddie Brock transforma-se em Venon de maneira apressada e sem inspiração, matando o que a série do Aranha tem de melhor: a transformação dos vilões em aberrações metamórficas. Tanto que a grande cena de Spiderman 3 é o Homem-Areia tentando voltar a forma humana pela primeira vez. Não só pela tecnologia envolvida, a metamorfose é bela ao reunir a danação do ser humano em questão com estratégias de filme B (de onde saiu o diretor Sam Raimi) e softwares de ponta. Brilhante, como fora antes o Duende Verde e o Dr. Octopus.

O roteiro é tão relapso que um meteorito cai na terra, sai de lá a gosma preta e logo quem encontra é o Homem-Aranha. Não há dramaturgia, nem ligação com fatos e acontecimentos: é mero pretexto para entrar em cena os muitos e eficientes efeitos especiais. Da mesma forma, Eddie Brock estava na igreja para ser o novo “hospedeiro” da gosma por puro acaso – foi lá se confessar.

Incrível que uma produção de US$ 260 milhões (mais US$ 120 milhões em publicidade) preocupe-se tanto com a ação e relaxe tanto na estória. Em determinado momento, já absorvido pelo lado dark, Peter Parker começa a vestir-se de preto e a dançar pelas ruas de Nova York, tanto que vai humilhar a ex-namorada num bar dando um show de sapateado. Hein? É isso mesmo. Veste-se de preto, deixa uma franja gótica. Tudo estereotipado e com um quê de moralista.

Tobey Maguire e Kirsten Dunst estão visivelmente cheios dos próprios personagens, doidos para acabar logo com aquilo. Maguire ainda tem uma parte mais exigente quando se apodera dele “o lado negro da força” (o melhor do filme), e ele responde bem (o diretor também). Mas seus trinta e dois anos aparecem na tela quando ele interpreta um jovem universitário de 23 anos – funcionou nos outros filmes, aqui há um certo ranço. Já Dunst nem se preocupa e, com o papel reduzido, é toda gritos e explosões – o mesmo vale para o Venon, numa quase participação especial de Topher Grace de tão exíguas as suas falas.

Como em X-Men, à medida que a série chegou ao terceiro produto, os roteiros ficam mais pobres e os efeitos especiais aumentam. Forçam a mão na perfumaria. Não era aumentar a dramaturgia que pretendia o primeiro Spiderman? Stan Lee dizia que de todos os seus personagens, o Aranha era o que mais pensava, o que mais tinha balões. Um dramaturgo foi contratado para o segundo filme, em que havia um corrupto sem poder nenhum aparente como vilão.

Tudo isso se perdeu. Prevalece o tom meloso, a reconciliação, as frases constrangedoras plenas de pieguismo. Infelizmente, Homem-Aranha 3 fecha a série (o estúdio diz que haverá mais um) apenas como mais do mesmo, não mais o blockbuster preferido das platéias um pouco mais maduras.

Comentários (1)

Joéser Mariano da Silva | quinta-feira, 18 de Julho de 2013 - 13:03

O pior dos três filmes sem a menor duvida quase estragou toda trilogia

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