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Críticas

Cineplayers

A diretora Angelina Jolie traga os dólares americanos... E só; seus reais intentos ficam bem longe da realização.

1,0

Desde a última quinta-feira, dia da cabine da mais nova produção dirigida pela Sra. Smith, ou melhor, Brad Pitt, venho sendo acusado de 'hater de Angelina Jolie'. Minha resposta a todos: "a culpa não é minha se os filmes são ruins, mas dos próprios filmes". Enquanto meu texto começa, tenho uma notícia boa e outra ruim para Jolie. A boa é que seu filme acabou de ultrapassar os 100 milhões de arrecadação e corre o risco de chegar aos 150 nos EUA; a ruim é que... lembram do boneco careca dourado que é entregue em fevereiro, da qual até 2 meses atrás ela era uma das favoritas? Pois é, a reza hoje é para concorrer. Em qualquer coisa. E quanto mais o tempo passa, menor é o número de indicações que o filme terá.

Quais são os motivos para esses rumos? Quanto à bilheteria, trata-se da história real de um herói americano em pelo menos duas frentes, olímpico e de guerra. O filme mostra os esforços de um corredor medalhista de ouro convocado para a Segunda Guerra, cujo sonho se interrompe nesse momento e vai tendo diferentes e maiores níveis de encerramento ao despencar num avião no meio do oceano. Sobrevivente de um naufrágio, é feito prisioneiro pelos japoneses e então vai parar num campo de trabalhos forçados, sendo constantemente humilhado e surrado por um superior. Além de tudo, o personagem real faleceu esse ano... Enfim, está explicado a quantas deve chegar o máximo em patriotismo, na tela e nas sessões por lá.

Já os atributos que fariam o filme concorrer a N prêmios esse ano... Bom, estão todos lá também. História lacrimogênea, trilha sonora chorosa (um momento vergonha alheia do grande Alexander Desplat), imagens pseudo grandiosas numa fotografia repetitiva e sem nenhuma imaginação (outro grande profissional de sua área, no caso Roger Deakins, pagando contas), um protagonista empenhado fazendo jus ao tanto de expectativa que o filme retinha (Jack O'Connell é uma revelação, de fato)... Pensando no passado recente, vimos Ray, Seabiscuit - Alma de Herói, Em Busca da Terra do Nunca, Histórias Cruzadas, todas essas bobagens aconteceram, entre o público americano, a crítica e as premiações. O que irá acontecer com Invencível é algo que me foge a uma explicação lógica e concreta, ficando no ar muitas possibilidades.

Não se pode acusar a trave que Jolie está batendo no fato dela ser inexperiente. Dos quatro filmes citados acima, apenas um deles poderíamos dizer ser dirigido por um cineasta experiente na ocasião, e Jolie tem um pedigree, né? Casada com quem é, filha de quem é, blockbuster no ano corrente com seus dois produtos (não esqueçam que a bilheteria de Malévola foi ainda maior, e global), já premiada e indicada inúmeras vezes, premiações adoram atores que passam para o outro lado da câmera; Robert Redford, Warren Beatty, Kevin Costner, Ron Howard, Richard Attenborough, Clint Eastwood, não são poucos os atores premiados como diretores. A criatura chamou os melhores profissionais de cada setor para as áreas técnicas de seu filme, inclusive o roteiro do filme foi supervisionado pelos irmãos Coen! Duvido que a frustração não esteja batendo de forma gigantesca em sua casa.

A verdade é que a Academia fará muito certo de deixar esse filmequinho de fora das categorias principais, um acerto inesperado mesmo que inexplicável, um daqueles raros casos onde um vento de sapiência bateu nas cabeças dos votantes. Quando é bom, o filme é no máximo medíocre. Jolie não cansa de mostrar que já viu todo mundo contando histórias similares e vai no bola boa: não tem um risco sequer no filme, tudo é premeditado e seguro. E raso. E comum. E bem insípido. Na ânsia de não desagradar ninguém, Jolie jogou pra plateia e com certeza está tendo o que era de fácil alcance: o abraço do público médio americano, e a grana que eles podem jogar no seu colo. Cinematograficamente pobre, nada inventivo e repleto de clichês e frases de auto ajuda (proferidas por praticamente todos os personagens ao protagonista, numa espécie de ritual a cada afastamento dele, em cenas onde o constrangimento cresce a cada novo lance), de nada adiantou Jolie se cercar dos melhores se não fazia ideia do que queria. Minha mãe já dizia: "até pra saber mandar limpar sua casa, você tem de saber usar o aspirador; como vai dar ordem se não sabe como fazer?". Essa é a sensação.

Nem os sentimentos mais básicos o filme consegue alcançar, não emocionando ou nos fazendo torcer pela libertação de Louis Zamperini. A única torcida ao final da empreitada é para que "a musa de uma geração" saia de cena por um tempo, como realizadora ou atriz. O que obviamente não acontecerá, vide o atual momento de sucesso público de nossa heroína. Mas se Jolie não consegue maturidade como atriz, nem demonstra qualquer segurança como diretora, o que espera o futuro dessa moça? Talvez ser casada com o produtor vencedor do último Oscar seja um futuro viável e o máximo em prestígio contemporâneo que ela vá ter... Ou se reinventar, uma vez mais.

Comentários (31)

Karlos Fragoso | quarta-feira, 22 de Abril de 2015 - 10:07

O filme é excelente, desculpe mas essa crítica não condiz com a película. É um drama que lembra o também bom (Carruagens de Fogo), porém, é uma história real de um cara que não desiste nunca. Ótimos exemplos para a vida.

nelson rios dias | segunda-feira, 16 de Novembro de 2015 - 23:38

Esse Carbone é uma piada, apenas alivio cômico dos críticos da CP

Carlos Henrique de Almeida Nunes | domingo, 31 de Julho de 2016 - 23:19

O filme é ruim sim, é repleto de defeitos sim, mas a nota 1 de Carbone revela que ele não gosta de Jolie e nem dos filmes que ela ainda pode vir a fazer.

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