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Críticas

Cineplayers

Não cria medo e não gera tensão. Uma sucessão de cenas aborrecidas e tentativas fúteis de chocar.

1,0

Jogos Mortais “2007” é um episódio da série equivalente à última edição: extremamente sangrento, não mostra nada de novo e depende unicamente de flashbacks para criar um fiapo de história. História mais uma vez cheia de idas, vindas, reviravoltas. Uma verdadeira bagunça. Na realidade, a história é o que menos fascina o público que vai assistir ao filme. Ela não faz sentido de qualquer forma. O que todos querem ver – e disso recebem novamente uma dose potente – é sangue. No terceiro capítulo foi uma cirurgia cerebral a cena a ser comentada. Aqui, é uma autópsia logo no início do filme.

A cena não serve para absolutamente nada, não joga a história para frente e poderia muito bem ficar de fora na sala de edição. Mas é isso apenas o que o filme tem a oferecer: cenas vazias cujo único objetivo é tentar chocar. O espectador já está, nessa altura, vacinado contra esse tipo de cena. Na sessão em que estive, mesmo moças de aparência mais frágil o máximo que faziam era colocar a mão sobre a boca para demonstrar início de espanto. Há outras cenas fortes, mas não chegam perto dessa primeira. Se houver um Jogos Mortais V, quero ver o quanto ainda poderão espremer da história. Para este episódio, deram à Jigsaw uma esposa, mostrando em flashbacks todo o passado dele antes de se tornar um maluco. No próximo, creio que mostrarão seu relacionamento com a sogra, talvez justificando melhor sua personalidade sanguinária.

O diretor Darren Lynn Bousman, que vem levando a série com a barriga desde Saw II, continua proporcionando um show de horrores. Porém não em relação ao filme em si, que não assusta e não proporciona tensão em absoluto. Os cortes desfigurados e a câmera trêmula em cenas de ação, para esconder sua falta de técnica e enfatizar sua falta de originalidade, continuam predominando. Cenários escuros e sem graça fazem parte de toda a projeção, deixando o ritmo do filme absolutamente monónoto, ainda mais pelo fato de ser apenas uma sucessão de flashbacks que no final não explicam muita coisa. O espectador torce pelo próximo “jogo mortal” para poder ter alívio do fraco enredo policial e poder ver mais algumas fraturas expostas.

Absurdamente vazio em conteúdo, o filme consegue voltar um passo atrás em relação ao já horrendo terceiro episódio da série. Jigsaw já perdeu seu carisma há tempos, e aqui o ator Tobin Bell parece cansado de interpretar o mesmo papel que vem fazendo há quatro filmes. Sua carreira virou uma piada sem graça, embora não seja culpa do ator, e sim culpa de como as coisas funcionam em Hollywood – se você tem um papel de sucesso, ficará preso a ele eternamente, mesmo quando esse papel for em um filme ordinário. Jigsaw é maior que a própria série, e continua sendo a melhor coisa do filme, mesmo que a tentativa de humanizá-lo, mostrando a origem de seu comportamento demoníaco seja risível e injustificada, apesar de os produtores pensarem ao contrário, certamente.

Pelo menos fomos poupados da trilha sonora pesada que marcou o filme anterior. Aqui ela ainda é bem medíocre, mas pelo menos não irrita. Jogos Mortais IV não é péssimo por ser ruim, e sim por ser um dos filmes do gênero mais vazios e entediantes dos últimos anos. O filme não tem carisma próprio e parece apenas uma montagem de cenas que ficaram de fora da sala de edição do terceiro filme. Nem os jogos são tão engenhosos como costumavam ser. Enfim, se você gostava da série antes, vai continuar com essa opinião. Para todos os outros, é uma grande perda de tempo.

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