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Jurassic Park - Parque dos Dinossauros

(Jurassic Park, 1993)
8,0
Média
1098 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

Uma obra prima da ação blockbuster pelas mãos do gênio do gênero Steven Spielberg. Quem não curte este filme?

10,0

Spielberg sempre foi um diretor diferenciado no quesito arrasa-quarteirões. Todos sabemos disso. Além de ter inventado o “gênero”, ainda possui alguns dos melhores títulos da espécie, tais como Tubarão e nosso filme em questão, Jurassic Park. Alguém duvida de seu talento? Digam que outro diretor consegue lançar este filme e A Lista de Schindler, duas obras-primas completamente diferentes, no mesmo ano... O fato é que aqui ele conseguiu mais uma vez, criando uma história envolvente, interessante, com situações de tirar o fôlego e dinossauros que impressionam até os dias de hoje pelo seu nível de detalhamento.

Baseada no livro de Michael Crichton, a história é cativante: dois paleontólogos, Alan Grant (Sam Neill) e Ellie Sattler (Laura Dern), são convidados para avaliar o potencial de um novo parque, construído pelo milionário John Hammond (Richard Attenborough). Acompanhados do excêntrico Doutor Ian Malcolm (Jeff Goldblum), do advogado dos investidores e dos jovens netos de Hammond, eles descobrem as até então desconhecidas atrações: dinossauros de verdade. Lógico que, em meio a tanto deslumbramento, alguma coisa sai errada e o passeio continua inesquecível, mas no pior sentido da expressão.

Ao contrário da maioria dos ‘falsos blockbusters’, Jurassic Park possui qualidades suficientes para lhe deixar com status de filme grande (assim como Tubarão). Sua história tem um perfeito desenvolvimento, construindo gradativamente todo o interesse em torno de seu conteúdo. Primeiro, o acidente. Depois conhecemos os personagens, sua missão e tudo mais, até aparecerem os impressionantes dinossauros. O importante é que sempre há interesse sobre o que está acontecendo, em um filme divertido e que não deixa de ter seus toques inteligentes. Há uma explicação convincente para tudo, além de um interessante questionamento sobre o certo e errado na construção daquele parque, sobre a vida e a evolução.

A direção ajuda bastante, criando planos eficientes e que compõe bem tudo o que o diretor deseja mostrar. O subentendido é usado de maneira brilhante e a emoção é construída de maneira precisa pela edição. Nunca há cortes demais. Conseguimos ver a perfeição dos dinossauros e o que acontece nas cenas mais tensas. O trabalho digital para recriar os animais foi tão grande que o resultado não poderia ter sido melhor: a perfeição permanece até hoje, mesmo com mais de dez anos de seu lançamento. Não é lá muito inovador (O Exterminador do Futuro 2 chegou um ano antes, também com uma impressionante interação entre real e CG), mas ficou com o Oscar de Efeitos Especiais do ano em que disputou.

Um efeito ou outro, como o braquiossauro na cena da árvore ou então um ou outro personagem mais destacado do fundo, se torna mais perceptível com o tempo, mas nada que altere o encantamento que a obra consegue causar. E isso é um ponto interessante. É legal ver como Jurassic Park realmente se tornou um clássico ao sentir que ele continua bom mesmo com coisas aparentemente velhas na tela, como por exemplo a roupa dos personagens (calças muito lá em cima, bermudas curtinhas) e seus cabelos. O estilo do filme é de uma outra época.

Claro que ver em vídeo não é a mesma coisa do que no cinema. Quem viu, viu, e quem não viu, infelizmente, perdeu um espetáculo áudio-visual (campo que Spielberg é mestre). O impacto que as imagens e o som causam é algo quase inexplicável. A sensação é de estarmos mesmo no meio daquele parque, cercados de dinossauros, sendo caçados, pouco tempo depois de estarmos deslumbrados com aquele mundo que a ciência resgatou, milhões de anos após sua extinção. O trabalho foi tão bem feito que mais dois Oscar foram conquistados nesse quesito, para Melhor Som e Melhores Efeitos Sonoros. A trilha de John Williams é excelente, com um tema forte, mas não tão marcante quanto E.T. ou Indiana Jones. Ainda assim, completa de maneira bastante eficiente toda a tensão que Spielberg cria na tela.

Os personagens se encaixam muito bem ao meio por terem características todas especiais. É curioso ver, por exemplo, o jovem Tim Murphy reagir melhor do que o experiente em paleontologia Dr. Alan Grant à presença dos dinossauros vivos. Cada um na ilha tem sua função, suas características próprias, em um trabalho onde os atores não precisam se esforçar tanto para fazer algo legal (pelo contrário, basta não exagerarem). Por quê? Simples. A emoção do filme não está nas interpretações, e sim no encantador mundo criado por Spielberg.

Para completar o clássico, há inúmeras seqüências que já entraram para a história do cinema. Como não se deslumbrar como o Dr. Alan Grant, que reagiu como criança, ao ver um dinossauro vivo, pela primeira vez, se alimentando? Como não ficar arrepiado todas as vezes com a inesquecível aparição do T-Rex? E a perseguição dos velociraptors aos dois jovens na cozinha? São momentos como estes que fazem o cinema valer a pena.

E Spielberg sabe disso como ninguém.

Comentários (1)

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