Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Ir ao encontro de seu próprio destino ao invés de esperar por ele, é a mensagem de Po e seus amigos.

6,5

É chegado o mês julho, férias, crianças perdidas por aí, e sem o horário da escola para cumprir elas precisam de entretenimento. É engraçado, mas acabei de pensar que há muitos (muitos mesmo) anos atrás a ilusão, as histórias e fábulas viriam através de livros ilustrados que as mães liam pra gente até o momento em que se podia fazer isso sozinho. Mas também há muito tempo atrás esse costume foi substituído por filmes, que não deixam de ter a mesma função, e é por isso a febre que leva as crianças a comprarem DVDs pra assistirem sempre que quiserem suas cenas prediletas, assim como vários badulaques com "a marca do herói".

Assim também é Kung Fu Panda, a história de um pandinha chinês chamado Po (que na versão original é dublado por Jack Black, e em português por Lúcio Mauro Filho). Filho de uma – acho – cegonha, ele ajuda o pai a vender refeições à base de macarrão, mas é lógico que não se sai muito bem nessa tarefa. Sua cabeça é povoada pelos sonhos de se tornar uma lenda viva do kung fu, coisa que sua condição social (algo que fica tão espremido nas entrelinhas da história que quase não se pode perceber) e mais do que isso, sua condição física parecem lhe negar. Desajeitado, grande e barrigudo, Po está longe de ser suficientemente flexível, ágil e corajoso como seus ídolos, os Cinco Furiosos: Tigresa (Angelina Jolie), Macaco (Jackie Chan), Víbora (Lucy Liu), Garça (David Cross) e Louva-Deus (Seth Rogen). Estes cinco formam o grupo treinado pelo sábio Mestre Shifu (Dustin Hoffman) e são famosos no Vale da Paz, pois trazem consigo a certeza da manutenção da tranqüilidade do lugar.

Infeliz por perceber que sua vida está fadada à venda de sopas e macarrão de seu pai, que aguarda pacientemente pelo sinal – o sonho do macarrão – que mostrará a seu filho que sua missão é seguir os negócios da família, Po acorda em mais um dia comum depois de um grande sonho que antecipa seu destino próximo. Pena que ele não saiba disso.  Naquele mesmo dia a cidade inteira estava animada com a investidura do Guerreiro Dragão, pois um novo mestre surgiria da escolha do já antiqüíssimo mestre Oogway (Randall Duk Kim), personagem que personifica a sabedoria na figura de uma velha tartaruga.

Então que depois de muita dificuldade para subir as escadas do templo, Po chega à festa de maneira tão inusitada que acaba sendo o escolhido de Oogway. Ninguém no Vale da Paz acreditou no que viu, nem Shifu, que estaria agora encarregado da missão de mostrar o caminho correto ao novo Dragão Guerreiro. E de cara Po ganha a antipatia dos Cinco Furiosos – que esperavam que o escolhido estivesse entre eles – e também de Shifu, que sabe da verdade por trás dessa escolha já que Oogway confidencia a ele ter visto em sonho o retorno do pior inimigo que o vale já conheceu, Tai Lung (Ian McShane), e também que a única possibilidade de destruir esse inimigo é o Dragão Guerreiro, no caso, Po.

Todos focam seus esforços para transformar Po nesse grande guerreiro que ele precisará ser para derrotar Tai Lung, mas todos também duvidam que isso seja possível, inclusive ele mesmo. Em meio a tudo isso, existe a lenda de um pergaminho que contém todas as respostas e dicas capazes de transformar aquele que o possui num grande e destemido guerreiro e é justamente desse pergaminho que brota a lição que acompanha toda boa fábula, como aquelas dos livros que citei lá no início.

Sim, o personagem é carismático como o próprio Jack Black, as seqüências de luta não deixam nada a dever a nenhum filme de Jackie Chan e a qualidade da animação surpreende os adultos da sala, e por mais que se queira analisar roteiro, fotografia e outros detalhes técnicos, nada disso realmente importa já que Kung Fu Panda saiu da mesma linha de produção que produziu Shrek e suas seqüências e não adianta cobrar-lhe mais do que deveria, já que sua empatia com as crianças e adolescentes está garantida e isso é fato.

No mais, dizem por aí que ele pode ter chegado às telas num momento inoportuno já que disputar público com Wall-E não vai ser nada fácil, e mesmo sem ter visto este último acredito que os dois filmes tenham mesmo naturezas diversas, mas alguém também já disse que o mercado é muito cruel.

Comentários (0)

Faça login para comentar.