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Críticas

Cineplayers

Depois de muita espera, Seth Angel finalmente conferiu e deu seu veredicto sobre a obra.

9,0

No segundo semestre de 1999 estreava Matrix nos cinemas de todo o mundo, um filme até então desconhecido, mas produzido e dirigido por pessoas muito ambiciosas que buscavam o sucesso com a produção: Joel Silver (produtor) e os irmãos Wachowski (diretores). O filme trazia um visual “cool”, muitas cenas de ação espetaculares, filosofia e uma boa história. Com isso eles foram, aos poucos conquistando o mundo. O filme rendeu milhões de dólares e o DVD do filme foi simplesmente o mais vendido de sua época.

Agora, quatro anos depois, chega Matrix Reloaded aos cinemas, a primeira continuação direta do filme. Infelizmente, agora conta com a falta do anonimato e do “efeito surpresa” que teve no primeiro filme. Matrix tem se saído excepcionalmente bem nas bilheterias, mas coletando opiniões diversas das pessoas, incluindo extremos (muito bom ou muito ruim). Nas bilheterias, a produção de Joel Silver já bateu vários recordes como melhor estréia numa quinta feira, melhor dia de estréia, melhor estréia para um filme com censura “R” (de “restricted”) e muitos outros que ainda se encontram um passo a frente a serem batidos. O único que ficou para trás foi de fato o de “melhor fim de semana para um estreante”, que continua com Homem-Aranha.

Como era de se esperar, Matrix Reloaded é um bom filme, possuidor de alguns defeitos, mas ainda assim um pouco abaixo do filme original. Ele começa exatamente como o primeiro episódio da saga, com uma seqüência espetacular envolvendo Trinity (Carrie Ane Moss). Entretanto logo após essa seqüência, as cenas que se seguem são muito monótonas.

Somos finalmente apresentados ao mundo “como ele realmente é” fora da Matrix. A primeira vista tudo bem, entretanto, as cenas que se passam ali são realmente horríveis. A festa rave intercalada com a seqüência da transa entre Neo e Trinity é muito mal apresentada. A imagem, também, que fica a respeito dos verdadeiros cidadãos de Zion é das piores. Aquela festa mais parecia uma grande orgia de um povo que está pensando em tudo, menos em sua própria destruição. Péssima seqüência, de um tremendo mau gosto também.

Mas existem adições quanto ao elenco, que foram satisfatórios enquanto outros nem tanto. Harrold Jr., que interpretou o personagem “Link” (o novo operador da Nabucodonossor) foi uma das boas novas surpresas. Simpático, simples e divertido, o público em algumas passagens é levado aos risos frente suas expressões. Um personagem bem melhor trabalhado que qualquer um  dos operadores que apareceram no filme original. Monica Belucci está realmente muito bonita no filme, aquela cena no banheiro realmente mexe com a platéia. Aliás, umas das coisas que Matrix Reloaded apresenta como ponto significante é seu senso de humor, que não esteve tão presente assim no primeiro filme. Merovingian, o rapaz apontado pela oráculo a quem Neo deveria procurar, contribui para isso, seu modo “francês” de falar proporciona algumas risadas. Claro, numa outra escala, os gêmeos foram outra boa adição ao filme.

Entretanto, nem todos os personagens que foram adicionados à trama foram assim tão bons. O núcleo “humanos maus” do filme, que antes era protagonizado pelo operador “Cypher”, agora fica sobre os ombros de um jovem rapaz, com um visual não muito agradável, que realmente não tem a mínima graça. Cypher era de fato inúmeras vezes melhor trabalhado.

Quanto a história, Reloaded mantém ainda boa parte da trama iniciada com o filme original e expande seus horizontes ainda mais. As revelações feitas pelo oráculo são simples de serem digeridas. Contudo, na parte em que entra em cena o “Arquiteto” da matrix, aí as coisas podem se complicar um pouquinho. Pelo ritmo rápido com que as coisas são explicadas a Neo, o público pode se sentir um pouco confuso, mas logo encontram-se no meio de tantas palavras.

There is no Spoon

Agora finalmente vamos falar da parte que, em si, merece um capítulo a parte: as cenas de ação do filme e os efeitos especiais.

Reloaded traz duas seqüências que por si só já entram para a história do cinema. A primeira, quando Neo luta com mais de 100 “Smith’s” ao mesmo tempo, notamos a que ponto chegaram os efeitos especiais em um filme. Ali, todos, cada um dos Smith’s presentes, são não mais do que projeções, efeitos especiais, nenhum de fato é real. E em parte alguma de toda seqüência você sequer desconfia que qualquer um daqueles que estão lutando com Neo não sejam reais. Uma cena dificílima de ser gravada, Keanu Reeves provavelmente deve ter tido uma boa dor de cabeça na hora de filmar tudo aquilo.

Quanto a cena da auto-estrada... Ah, o que dizer? A maior e melhor cena de ação de todos os tempos já vista no cinema? Talvez sim, provavelmente... A seqüência inteira é tecnicamente perfeita e custou milhões de dólares aos cofres da Warner para ser realizada. Mas o resultado é simplesmente de encher os olhos. Uma seqüência para se ver e rever e guardar para a eternidade. Posso até prever já as vendas do DVD de Reloaded, minha nossa...

Fotografia, som, efeitos sonoros, coreografia, cenários, edição... Enfim, todos os demais aspectos técnicos que compõem a película estão maravilhosamente bem feitos e colocados, e funcionam espetacularmente fazendo com que o visual do filme fique ainda mais bonito e “cool”.

Do mais, Matrix Reloaded é um blockbuster de primeira, que preserva muitos dos aspectos apresentados no primeiro filme e acrescenta outros tantos. O filme pode não ser tão bom quanto o original, mas ainda assim é uma ótima diversão, de primeira linha. Um filme que muita gente irá ver, metade irá realmente gostar e poucos irão entender. Quanto às perguntas que são deixadas em aberto pelo filme, resta-nos esperar por Matrix Revolutions.

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