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Críticas

Cineplayers

Muitos pontos positivos e negativos fazem deste novo filme de colégio norte-americano apenas regular.

5,5

A primeira impressão que você tem ao assistir a apenas alguns minutos de Meninas Malvadas é que provavelmente você já assistiu tudo isso em algum outro lugar, talvez mesmo há alguns meses atrás. E essa impressão realmente se concretiza ao longo da produção. O filme é justamente o que o trailer vende: mais um enlatado norte-americano que mostra como é o dia-a-dia nos mais variados colégios de Ensino Médio (High School) daquele país.

Entretanto, o que nos dava alguma esperança de que Meninas Malvadas não fosse apenas mais um no meio da multidão era justamente a participação de duas pessoas (peças-chave nessa e na produção a seguir citada). A jovem – e linda – atriz Lindsay Lohan e o diretor Mark S. Waters já haviam trabalhado juntos em outro filme do gênero que rendeu boas críticas, uma inesperada indicação ao Globo de Ouro para Jamie Lee Curtis e um razoável sucesso de público. Estamos falando da adaptação de Sexta-Feira Feira Muito Louca (Freaky Friday), lançado ano passado e originalmente produzido em 1976 com Jodie Foster.

Felizmente, a combinação que dera certo naquele filme parece repetir a dose nesse aqui. A película conta a história de Cady Heron (Lindsay Lohan), uma adolescente que viveu a maior parte de sua vida na África, uma vez que seus pais eram zoólogos e por lá trabalhavam durantes anos. Enquanto isso, Cady era educada e alfabetizada sempre em casa. Tudo isso muda a partir do momento em que os pais de Cady resolvem aceitar uma proposta de emprego nos Estados Unidos e a mocinha acaba se deparando com uma nova e assustadora primeira vista da realidade: a escola. Logo que chega em seu primeiro dia, Cady começa a observar os mais variados tipos de pessoas organizados em círculos fechados onde um grupo não conversa com o outro (vulgarmente conhecidos como “panelinhas”). E é a partir do envolvimento de Cady com um grupo de amigos mais “liberal”, e por vezes considerados nerds, e com as glamourosas patricinhas (referidas no filme como The Plastics – algo como As de Plástico) que começa o desenrolar da trama, que não é muito criativo, mas também não deixa de ser interessante.

Claro, o aspecto que mais chama atenção no filme é o envolvimento de Cady com as patricinhas e seu grupo de amigos que nada tem a ver com elas. Entretanto, aos poucos, convivendo diariamente com suas amigas descerebradas, Cady percebe que está se tornando uma delas, e é a partir desse exato momento em que o público começa a torcer pela personagem – é justamente aí que começam, também, os clichês do filme para que tudo acabe em um grande final feliz, como esperado.

Contudo, o que faz do filme uma película alegre são seqüências selecionadas e singulares, como por exemplo a cena em que as meninas cantam e encenam “Jingle Bell Rock”, a música de Natal talvez mais tocada em todo território norte-americano no mês de dezembro. Outros detalhes ou cenas também são interessantes, como a suposta insinuação do diretor “bombado” para cima da professora, interpretada pela roteirista Tina Fey; ou a reverência dos alunos “não-populares” às patricinhas. Enfim, na maior parte dos casos são pequenos detalhes com a utilização de uma pitada de humor negro que dão ao filme um espírito alegre e cativante.

Apesar de Meninas Malvadas ter um saldo final alegre e positivo, ainda tem um roteiro tão simples e precário como por exemplo o de As Patricinhas de Beverly Hills. Mas a exemplo desse filme citado, um roteiro ruim não quer dizer exatamente que o filme esteja inteiramente perdido, visto que, com o carisma de Alicia Silverstone, o sucesso que Clueless alcançou hoje é invejável para um filme do gênero. Será Lindsay Lohan a “herdeira” do dom de Silverstone? Isso só o tempo dirá, mas tudo caminha para um sonoro “sim”, uma vez que a jovem atriz vem se especializando em certo tipo de papel, como é o caso visto aqui em Mean Girls e outros como Confessions of a Teenage Drama Queen e Freaky Friday. E se prepare para mais, muito mais. Pelo menos três filmes com propostas semelhantes ao filme aqui em questão já estão em fase inicial de produção por Lindsay Lohan. Prepare-se para mais uma onda de filmes “teens” para o final desse segundo semestre.

Infelizmente, apesar de cativar o público em alguns momentos, a imagem que fica da película não é das melhores. Como disse o crítico Lawrence Toppman perguntado sobre o que achou do trabalho, “deixando de lado a parte filosófica, é uma coleção de piadas de baixo teor cômico (mas que chegam a agradar em certos momentos) e uma fantasia de vingança direcionada exatamente àquelas pessoas ou público que ainda estão tristes e sentem-se ressentidos porque os meninos e garotas populares de suas escolas não davam atenção para eles”.

Como você pode perceber durante a análise, para cada ponto positivo citado existe algo em contrapartida. Meninas Malvadas é um filme que poderá agradar a um público mais jovem e descompromissado. Entretanto, caso esse não seja o seu tipo de filme, e caso você realmente não ache graça nenhuma em filmes como As Patricinhas de Beverly Hills, a maior recomendação que posso lhe dar é que você evite assistí-lo. Para todos os demais que se encaixam no outro padrão, vão em frente, pois sairão, creio eu, satisfeitos da sala de projeção.

Comentários (1)

Bruno Kühl | sábado, 24 de Setembro de 2011 - 18:58

pufff
Se deixar a parte filosófica de lado, muitos filmes considerados "arte" também não seriam nada ¬¬
Uma das piores críticas do site.

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