Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Machista ao extremo, o filme peca por ter direção preguiçosa e roteiro medíocre.

4,0

Comédias românticas são filmes que odiamos adorar. Quase em sua totalidade reciclagem dos velhos clássicos de Hollywood, abusam dos chavões, originalidade zero e previsibilidade, garantindo às surradas fórmulas o respiro do gênero. Mas basta o mocinho beijar a mocinha na última cena para todos saírem felizes do cinema.

Minha Mãe Quer Que eu Case” é mais um a se utilizar dessa fórmula. O argumento surgiu quando uma das roteiristas, Karen Leigh Hopkins, estava em uma sala de espera do dentista, quando ouviu uma conversa na qual uma mulher orgulhava-se de ter arranjado aequados encontros amorosos para a filha. A roteirista achou a idéia “fascinante” e se propôs a escrever o filme, em colaboração com Jessie Nelson. O resultado é tão tolinho e machista que poderia facilmente passar incólume pelos nossos cinemas caso não fosse estrelado por Diane Keaton.

Keaton, a eterna musa de Woody Allen e vencedora do Oscar por “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, há muito tempo vem representando a si mesmo, como se sua personalidade fosse inerente às personagens. Aqui a história se repete com Keaton emprestando suas características (e seu guarda-roupas) à Daphne, mãe solteira que criou com muita dificuldade suas três filhas. As duas mais velhas estão casadas (como sabemos em um prólogo terrivelmente realizado), mas a caçula tem problemas em encontrar o par perfeito, para desespero de Dahpne, que receia pela felicidade da filha.

As feministas de plantão não podem nem pensar em ir assistir ao filme, afinal toda a história gira ao redor da mulher em busca do homem perfeito para alcançar a felicidade plena – um conceito que já caiu em desuso lá pelos anos 60 do século passado.

Continuando com a história, Daphne descobre que a solução para os problemas (?) da filha pode ser encontrada na Internet e coloca um anúncio virtual (não sem antes visitar um site pornográfico, em cena tão original e engraçada quanto um filme do Tim Allen). A matriarca então marca uma seleção e de lá sai com o favorito Jason (Tom Everett Scott), um bem-sucedido arquiteto. Daphne também se esbarra, a contragosto, com Johnny (Gabriel Macht), um sedutor músico que se interessa pela donzela a perigo.

O que se vê há seguir é uma sucessão de eventos no qual Milly (a tal solteirona, interpretada pela cantora Mandy Moore) se vê dividida entre os dois pretendentes, sempre sendo influenciada pela mãe intragável (Keaton está insuportável) até o inevitável acerto e final feliz – para as duas! Afinal, mulher feliz é mulher com um homem ao lado...

O diretor Michael Lehmann (realizador de “40 Dias e 40 Noites”, com Josh Hartnett), a despeito de já possuir um script manjadíssimo, só piora a situação com soluções rotineiras (como a cena da seleção dos candidatos por Daphne) e planos médios em quase toda a totalidade do longa-metragem, resultando em um filme deveras preguiçoso. 

Se eu fosse você, também ficava com preguiça de ir ao cinema e esperava passar na televisão.

Comentários (0)

Faça login para comentar.