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Críticas

Cineplayers

Um filme que serve mais como propaganda para as irmãs Olsen do que para divertir.

4,0

Elas passaram a vida inteira na televisão. Já gravaram de tudo e com todos e, como se não bastasse, são fenômenos mundiais de vendas de produtos e parafernálias femininas direcionadas ao público jovem. Você provavelmente já escutou falar delas alguma vez na vida, a não ser que nunca tenha possuído ou assistido TV a cabo ou more em uma caverna isolado do resto do mundo. Hoje, as irmãs Olsen (aquelas pequenas e lindas menininhas louras que começaram fazendo propagandas publicitárias e que logo após embarcaram no seriado Full House) estão entre as celebridades mais bem pagas do mundo e, conseqüentemente, entre as mais ricas também.

Donas de um império incalculável, de uma carreira pra lá de precoce e beneficiadas pelo marketing consumista que impera em boa parte do mundo, as gêmeas já venderam de tudo, desde cosméticos a jogos de vídeo-game. E, como se não bastasse todo agito em suas vidas, elas resolveram partir (infelizmente, diga-se de passagem) para talvez o único ramo que ainda não tinham explorado em seu meio: o cinema.

Mas No Pique de Nova York também não é uma produção tão ruim assim quando comparada à outras bombas que andam saindo por aí atualmente. O filme é simplesmente bobo e ingênuo demais. Ele conta a história de duas irmãs que possuem personalidades completamente diferentes e que, teoricamente, se odeiam. Porém, por coincidências do destino, elas são obrigadas a passar um enorme dia juntas.

O maior problema do filme é que ele muitas vezes não funciona nem como uma comédia nem como um filme infantil, mas sim como uma publicidade descarada que cerca o mundo cor-de-rosa das gêmeas Olsen. No filme, você vai encontrar mil e um produtos em destaque que as gêmeas vendem, como maquiagens, bolsas, roupas, relógios, etc. Não é uma propaganda tão descarada como acontece no seriado brasileiro Malhação, por exemplo (e certamente o público-alvo desse filme sabe do que estou falando), mas se você observar com cuidado, verá que eles estão lá. Como se não fosse o bastante, ainda tentam emplacar uma banda de pop-rock teen durante a projeção que simplesmente não dá pra ser levada a sério. Realmente, ao final do filme você se sente dentro de um video-clipe da banda. Infelizmente um video-clipe sem muitas qualidades.

O filme não funciona como um sucesso infantil porque, diferentemente de películas como Garfield, não é com toda ou qualquer risada boba das protagonistas que seu público-alvo já cai  na gargalhada. Também não funciona como uma comédia por apresentar falhas demais e situações constrangedoras, como a atuação de Eugene Levy (que ficou famoso por interpretar o “Pai de Jim” na trilogia American Pie). Piorando um pouco a situação vem a trilha sonora totalmente apática (e Legalmente Loira esta aí para provar que sim, dá pra fazer um filme completamente descerebrado com uma boa trilha sonora) e um roteiro cheio de desencontros marcados para que o final resulte num genérico encontro feliz onde todo mundo sai ganhando.

Mas o que salva o filme do desastre total então? Bem, ele possui algumas (e elas são muito raras) passagens engraçadas, como a em que as duas gêmeas ficam presas num quarto de hotel. Recordo-me que, até aquela passagem do filme, não havia soltado uma gargalhada durante minuto algum da projeção e estava prestes a ir embora. Mas ainda bem que o filme tem uma pequena mudança de ritmo positiva de sua metade para frente.

Apesar desse não estar sendo um ano tão ruim assim para o cinema (tivemos ótimas produções até aqui), cresce desastrosamente o número de filmes sem conteúdo algum rotulados por puro marketing e nomes pseudo-famosos. Mesmo estando enquadrado nesse contexto, No Pique de Nova York consegue se sair um pouco melhor que as bombas absolutas. Um filme muito aquém do desejado mas não pior do que o esperado. Talvez essa seja mesmo a melhor descrição para ele.

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