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Críticas

Cineplayers

Remake de Impacto Profundo entrega bons efeit... Ops, não era um remake?

4,0

O 'cinema catástrofe' nunca morreu desde o surgimento, nos anos 70. De vez em quando rola um espasmo (geralmente liderado por Roland Emmerich) e um novo hit surge nas telas, mesmo que só lá há 40 anos atrás eles tenham sido valorizados de verdade, com indicações ao Oscar nas categorias principais para títulos como Inferno na Torre e Aeroporto. Entre o público, é muito difícil encontrar quem quer que seja que consiga fugir das tentações de assistir a essas produções ainda que cada vez mais elas sejam pouco memoráveis; ou seja, o fim do mundo é praticamente um 'guilty pleasure' coletivo, aquele tipo de produção que amamos odiar ou vice-versa.

Os últimos desastres naturais no mundo até demoraram a inspirar os realizadores do gênero, mas eis que surge no horizonte (mais precisamente hoje) Terremoto, dirigido por Brad Deyton. Quem? Ah sim, Brad dirigiu o remake de Viagem ao Centro da Terra e sua continuação, ambas estreladas por The Rock (que nunca será Dwayne Johnson pra mim; acho The Rock tão divertido de ser o nome de alguém...), o que provavelmente justifica seu protagonismo aqui. E seguindo a cartilha do gênero, os efeitos especiais são caprichados e o lugar a ser destruído da vez é São Francisco, que vira pó na telona.

A trama é um festival de clichês (mas alguém achou que seria diferente?): um renomado piloto de helicópteros de resgate se vê em meio ao caos durante um coletivo de terremotos que se seguem em Los Angeles, tendo que resgatar a ex-esposa, a filha e uma dupla de irmãos britânicos que salvou a menina, enquanto um importante cientista se encarrega de prever novos abalos que vão destruindo a cidade, prédio a prédio, criando um cenário de destruição e tragédia a cada nova cena.

Independente dos clichês que já eram esperados, um maior problema desse Terremoto é a rapidez. O filme parece engatar na franquia do protagonista e passa veloz e furioso por praticamente tudo. Não há qualquer clima, preparação ou suspense para personagens ou situações. Pois bem, se alguém avisa que sente que algo de ruim vai acontecer, a cena seguinte isso acontece da forma mais rápida possível; se alguém anuncia a queda de uma represa, cai a represa sem cerimônia em 30 segundos; se alguém pressente o perig... já era, acabou a cena. Não há como torcer, ficar tenso ou se empolgar com um filme que não somente é repleto de lugares comuns, como também impede o espectador de ter as tais emoções baratas que qualquer exemplar do gênero possui.

Não há química de casal jovem, eficientes efeitos especiais (que qualquer superprodução tem dinheiro pra conseguir), carisma de The Rock ou talento de Paul Giamatti (sim!!!; porque você faz isso consigo, Paul?) que compense esse remake de Impacto Profundo de ir além da simpatia. Sim, eu falei em remake... Se isso não foi assumido, ao menos então devia rolar um processo quando um casal se abraçar antes da super onda os alcançar, uma criança é salva na hora H (ok, no "original" era um cachorro) ou quando The Rock repete o mesmo discurso final de Morgan Freeman, palavra por palavra. Quer mais? Tudo é dito enquanto do nada aparece uma bandeira americana tremulando ao vento acima de uma afundada ponte de São Francisco. God bless the blockbusters!

Comentários (10)

Liliane Coelho | segunda-feira, 01 de Junho de 2015 - 08:38

Assisti sábado e em nada me lembrou Impacto Profundo (que é um dos filmes-catástrofe mais fracos que há). Não achei rápido, mas ágil; é um terremoto, as coisas precisam acontecer no ritmo dos abalos, precisam se suceder uma após a outra. Claro que há (muitos) clichês e pouco compromisso com a Física, mas é bastante divertido e há, sim, tempo hábil para criar empatia com os personagens. Eu adorei a família. Aliás, que atriz lindíssima faz a filha do The Rock!

Raphael da Silveira Leite Miguel | sexta-feira, 05 de Junho de 2015 - 23:02

Hehehehe, gostei de Impacto Profundo. Esse daqui tava na cara que seria bomba, só não seria se fosse inspirado em GTA San Andreas, como o título deixa transparecer.

Karlos Fragoso | quinta-feira, 02 de Julho de 2015 - 11:24

Achei bacana as cenas de ação e destruição, tecnologia de ponta para os efeitos. A história, é claro, não é forte para filmes assim. Boa diversão.

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