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Críticas

Cineplayers

Absolutamente banal e totalmente batido, protagonizado por atores vazios e sem expressão.

2,0

Não é muito complicado chegar à conclusão que, infelizmente, Todas Contra John é mais uma comédia romântica adolescente banal. Na realidade nem consigo distinguir se é romântica ou não: seu protagonista, John, é um mulherengo que usa e abusa das moças de seu colégio, até encontrar uma pela qual, talvez e pela primeira vez, ele finalmente se apaixone. Mas o que essa mesma moça quer na realidade é tornar-se popular, ajudando suas novas “amigas” (ex-namoradas de John) a se vingarem dele. Não é lá um cenário muito romântico.

Todas Contra John é, também, mais um filme norte-americano onde um grupo de jovens colegiais é interpretado por adultos de 20 a 30 anos. Acontece muito mais do que se imagina, e este filme só vem a somar nessa estatística. Nota-se aí a banalização deste subgênero, que nem sequer leva o espectador a sério. Aqui é tudo artificial, parece um teatro escolar. Fica complicado admirar qualquer um dos personagens – seus objetivos são todos fúteis, banais. Adolescentes com as mesmas características poderão se identificar, é verdade, mas o público real jamais.

Não há dúvida de que todos os protagonistas (e não duvidaria caso isso se aplicasse até mesmo aos figurantes) foram selecionados por sua beleza física. Isso não é exatamente uma falha – não há nada mais óbvio quando se quer chamar o público adolescente de ambos os sexos a assistir o filme – mas Todas Contra John deixou, mais do que a média desse gênero, o talento totalmente de lado. O esforço com que esses atores tentam agradar o público com suas caras e trejeitos “cool” é pífio. O roteiro, claro, não os ajuda em nada.

A história (ou o fiapo que ela representa) somente torna-se crível caso imaginemos que o filme se passa em um mundo paralelo. Tudo é muito limpinho, certinho, cheirosinho (aparentemente). Física e emocionalmente, o filme é totalmente artificial. Os textos são absolutamente óbvios, com situações corriqueiras já apresentadas outras inúmeras vezes, mostrando, mais uma vez, a falta de originalidade do cinema popular adolescente dos Estados Unidos. Espero que cineastas brasileiros não comecem a imitar isso.

Dirigido por Betty Thomas (que fez a refilmagem de Doutor Dollitle e 28 Dias, aquele filme sobre drogados com a Sandra Bullock), o filme apresenta uma aura feminista também irritante (aqui a loira é considerada pelas suas colegas a mais inteligente). Somente recomendado para quem ainda não se encheu de comédias colegiais e, mesmo para esse público, a limitação do filme é imensa e o mesmo deve acabar passando batido – o que é absolutamente justo e esperado.

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