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Críticas

Cineplayers

Um filme bem montadinho, divertido e com boas situações. Nada de novo aqui, mas vale a sessão.

7,0

Um filme menor da dupla Al Pacino e Matthew McConaughey acaba de chegar aos cinemas brasileiros, justamente no início da temporada dos grandes blockbusters – Missão: Impossível 3 foi lançado semana passada e O Código Da Vinci chegará aos cinemas na próxima semana. Mas quem quiser se aventurar vai comprar duas horas de cinema-entretenimento de boa qualidade, ainda que o pano de fundo do filme seja o futebol norte-americano, esporte simplesmente desinteressante para a grande maioria do público nacional.

Al Pacino vive novamente um personagem onde ele é o mestre que tem um pupilo (McConaughey), o que já aconteceu, por exemplo, em O Novato e O Advogado do Diabo, não muito tempo atrás. Ele vive pelo esporte. Mas não na prática: sua vida é uma agência de dicas de apostas, ele gerencia especialistas em “adivinhar” resultados dos jogos em troca de dinheiro, caso suas dicas dêem lucro aos seus clientes. O novo adivinho é um sujeito que perdeu a chance de ter uma grande carreira por conta de uma lesão e agora virou mestre na teoria do esporte, além de ter uma sorte desgraçada. Os dois levarão os negócios ao topo, com apostas de milhões de dólares, mas quanto maior a subida, maior será a queda – e isso qualquer um pode prever desde o começo.

Tudo por Dinheiro ganha pontos por ter um ritmo ágil, bons diálogos, desenvolver bem seus personagens centrais (não há um deles sequer que seja desinteressante) e ser bem feito. A linha do tempo do filme é a mesma da grande maioria dos dramas: felicidade, queda e redenção no final. Mesmo assim há sempre um motivo para ficar atento à tela: seja com a boa atuação costumeira de Pacino (que faz o básico aqui, o que geralmente é o suficiente); seja com o humor sutil nos momentos mais descontraídos (há uma referência bacana à Rede de Intrigas que vale ser citada); ou ainda seja pela tensão provocada pelas cenas tensas, onde o destino dos personagens está em jogo (neste caso, literalmente falando).

A direção do competente D.J. Caruso, que já havia feito o ótimo A Sombra de um Homem (Roubando Vidas é um mistério pra mim, pois ainda não tive vontade de assisti-lo, mas conheço a opinião geral de que é fraquinho) faz da parte técnica do filme um ponto positivo. Embora basicamente seja tudo feijão-com-arroz, aparentemente, não é fácil fazer de um tema tão obscuro para nós, como apostas em futebol americano, um filme aprazível. Obviamente o filme não foi dirigido pensando no Brasil, mas nota-se, por aí, que o diretor tentou apresentar tal tema de forma universal, que ficasse interessante para quem não goste do esporte. Isso não é feito, por exemplo, em filmes sobre futebol (o real), senão já existiria um filme sobre o assunto que os americanos tivessem gostado, o que não é o caso até o momento.

Então, entre um blockbuster ou outro, se der tempo do filme permanecer nas salas de cinema por algumas semanas, recomendo Tudo por Dinheiro pela sua abrangência: tem um pouco de vários gêneros no filme, e cada pouco desses é muito bem representado. Claro que não é com esse filme que Al Pacino volta a ter um grande papel principal (desde Fogo Contra Fogo isso não acontece, e isso já faz 11 anos), mas o elenco todo foi bem feliz em seu trabalho. Vale lembrar que o tema foi feito pensando basicamente no público masculino, mas há uma pequena parcela de romance/drama que poderá agradar ao oposto.

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