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Críticas

Cineplayers

Um presente para os fãs de carros e filmes de ação, com um roteiro que não precisa de cérebro e muita adrenalina na tela.

6,0

Ontem estava andando no shopping, descompromissadamente, e vi uma certa quantidade de pessoas em volta de TVs em uma das lojas. Claro, fiquei curioso, sou um ser humano como qualquer um. Quando me aproximei, adivinhem o que vi? Estavam todos conferindo a estréia do Telecine Premium deste mês, Velozes e Furiosos. Havia visto no cinema e não ia ficar ali parado no meio do shopping, mas como vi a reprise no dia seguinte, me senti extremamente confortável para escrever sobre o filme.

Realmente, concordo com muito do que li sobre Velozes e Furiosos: é um filme extremamente recheado de ação, só que esqueceram de escrever um roteiro. A história é fraquíssima, cheia de furos, clichês que filmes dos anos 50, 60 produziam em excesso e uma falta impressionante de carisma por parte de seus personagens. Mas esqueceram de falar uma coisa: é um filme extremamente divertido a partir do momento que você senta na cadeira, relaxa, pega um refrigerante e dá boas risadas com a ação inverossímil que ele proporciona. Isso sem contar as milhares de máquinas completamente inimagináveis que dão as caras na tela, o melhor do filme, sem dúvida.

O filme já começa com uma incrível cena de ação onde três Hondas pretos envolvem um caminhão em plena velocidade. Se não bastasse, logo depois somos jogados dentro de um racha com belíssimas máquinas turbinadas. Só depois de quase morremos sem fôlego que começamos a ser apresentados ao filme. Brian O´Conner (Paul Walker, de Perseguição e Sociedade Secreta) perde seu carro e, de gaiato, acaba entrando na gangue do perigoso Dom (Vin Diesel, de Triplo X e O Resgate do Soldado Ryan). Brian, com o desenrolar do filme, acaba se apaixonando por Mia (Jordana Bewster, nascida no Panamá, filha de brasileira, de 60 Segundos), irmã do chefão Dom.

E é aí que o filme tenta criar um conflito: Brian gosta de Mia, mas como poderia ele, um policial (não revelei nada demais) que tenta desvendar o roubo dos caminhões, ficar com a irmã de um dos chefões de gangues e principais suspeitos dos crimes? Típico de novela. Só que seria muita ingenuidade pensar que os três roteiristas (isso mesmo, três somente pra isso) estavam preocupados em contar uma história, passar uma mensagem. Longe disso. Aliás, se eles quisessem passar uma mensagem, só se fosse algo revoltado e contra todos os sistemas, pois ensinar como se rouba caminhões, como funciona o submundo dos rachas, como fugir de policiais não é bem uma lição que se deva passar. Resumindo: se for levado a sério, é extremamente politicamente incorreto.

No elenco ainda temos Michelle Rodriguez (de Resident Evil), horrível, como sempre. Não fisicamente, pois ela é até bela, mas em sua atuação. Exatamente como em qualquer outro filme seu. Aqui ela faz a mulher de Dom, que apesar de ser durão com tudo e com todos, realmente gosta e se preocupa com ela. Completando o elenco, temos duas gangues: a de Dom e a rival composta por orientais. É até estranho pensar como um filme tão sem estrelas conseguiu ir tão bem de bilheteria nos EUA (Vin Diesel ficou famoso só após esse filme, merecidamente, pois ele é carismático e extremamente engraçado, tomando como ponto de referencia de humor a grosseria dos personagens).

Apesar de todos os furos que falei, existem os carros na tela. Aquelas máquinas, meu Deus, são o sonho de consumo de qualquer pessoa. E o melhor, elas não estão apenas em qualidade, e sim em quantidade! Dezenas de carro caríssimos voando pelas ruas, isso atraiu as pessoas! Os amantes de máquinas, equipamentos, velocidade com certeza acham esse filme o melhor que já assistiram. Por que? Conteúdo! Em termos de carros e corridas esse filme é extremamente completo. As cenas de ação empolgam, como o primeiro acionamento de nitro, por exemplo, faz qualquer um se apertar no assento (e estavam ainda melhores nos cinemas).

Velozes e Furiosos é exatamente isso. Não adiciona em nada, não passa nenhuma mensagem, usa todos os tipos possíveis de clichê (o amor dos personagens principais), um roteiro cheio de furos (a polícia inteira se deslocar e a pista ficar livre). Apesar disso tudo, como dito antes, diverte, principalmente os fãs de possantes e carros espetaculares. Se gosta de filmes que precisem de cérebro, passem longe desse, pois aqui é necessário deixá-lo encubado antes de ver o filme.

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