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Críticas

Cineplayers

O inesquecível adeus da família Veloz a Paul.

8,0

Sempre que chega a véspera da estreia de um novo filme da franquia Velozes e Furiosos, meus amigos me enchem de perguntas e zoeira. A questão é: por que eu ADORO essa galera? Franquias existem aos borbotões, se elas existem é porque fazem muito dinheiro, se fazem dinheiro é porque tem pilhas de fãs... Mas a grande maioria não me interessa. A diferença de Velozes e Furiosos para as outras é a junção de ação desenfreada e absurda (porém empolgante pra cacete!) com algo que na maioria das vezes falta até nos mais renomados filmes: o conceito de família, aplicado à perfeição. O sentimento que une os meninos sempre foi a amizade levada às ultimas consequências, sua união ferrenha e a real preocupação com seus membros, sempre tratados como integrantes de um mesmo núcleo, capitaneados por Dom Toreto.

Em novembro de 2013 veio então a tragédia. Nos arredores de um evento de caridade da qual fazia parte, o co-protagonista Paul Walker bateu seu carro em alta velocidade e não sobreviveu ao incêndio provocado pela violência da colisão. Restando pouco para terminar as filmagens do sétimo longa, o mundo e toda a família desmoronou com a notícia. O que viria a ser mais um capítulo da saga se tornou especial. Tinha que ser especial, tinha que fazer jus, tinha que ser inesquecível. Mas o filme já estava praticamente rodado, a trama pronta e não tinha muito o que mudar. Temos então a moldura de um filmaço com um recheio... Bem, com um recheio cujo roteiro deixa claro que era apenas mais um capítulo da saga. Todos mereciam mais desse episódio que poderia ser o último capítulo, mas que pelo visto não será. Afinal, 'money talks'...

Então mais uma vez a família se reúne aqui, porque no episódio anterior fomos apresentados à entrada do personagem de Jason Statham, que viria se vingar dos danos que a família causou ao seu irmão, vilão do episódio 6. Uma verdadeira máquina de destruição apresentada já na espetacular abertura, Statham era o ator certo que faltava à franquia e ele faz o possível para caçar cada membro da turma de Dom. E dá-lhe cenas memoráveis como sempre, talvez a maior delas protagonizada justamente por Walker e um ônibus no precipício. De qualquer maneira, o filme continua deixando na ponta da cadeira, e a perseguição final é memorável (me lembrou inclusive os melhores momentos de Máquina Mortífera). O problema é que o filme parecia não se sentir seguro com sua trama e calhou de enfiar mais um elemento, que parece dispersar o real interesse da produção.

Na ânsia de fazer sua aventura mais uma vez ter uma escala global e incorporar o elemento policial para que o personagem Hobbs de Dwayne Johnson não fosse descartado, um terrorista vivido por Djimon Hounsou foi acrescentado à salada, causando nada além de aumentar a duração do filme e tirar o foco principal, fazendo com que assim os personagens mais uma vez tivessem o respaldo da lei. O que pode parecer aceitável do ponto de vista da ordem, acaba desandando da mistura no final com um personagem que parece só fazer figuração e impedir o grupo de mais uma vez ser clandestino. A favor, temos o drama da personagem de Michelle Rodriguez ainda não ter recobrado a consciência e o próprio Walker, que tem uma vida familiar real agora. Isso tudo acentua as características humanas da série, que compõem o mosaico do todo e contribui para seu sucesso. O fato de ser uma série com uma cara muito mecânica em seus efeitos (óbvio que muitos não o são, mas eles não aparentam quase nunca) continua empolgando muito os admiradores, eu inclusive por esse motivo.

A cereja do bolo não poderia ser mais indigesta. Afinal, foi a morte de Paul que a causou... Ou seja, era algo que ninguém queria promover. Com seus irmãos completando as cenas que faltavam (provavelmente todo o final bolado), a produção fez trabalho de gênio e praticamente não há onde achar erros de computação gráfica nele. E aí temos o que talvez seja a maior e mais emocionante homenagem póstuma da história do cinema; são praticamente 10 minutos de despedida de um cara que não era o maior ator do mundo feitos por uma equipe que inclui atores bem longe de serem excelentes, mas que acima de tudo se amam muito. Isso sempre foi muito palpável e aqui faz toda a diferença... Elevando em emoção um capítulo que nem era o melhor, mas com certeza será inesquecível.

Comentários (28)

Vinicius de Moraes | terça-feira, 07 de Abril de 2015 - 12:04

Proposta do filme : entreter com piadas,ação e explosões. Quem for ver esperando mais que isso,vai se decepcionar. Pra quem não exige nada além disso,um grande passatempo,nada mais.

Lucas Souza | terça-feira, 07 de Abril de 2015 - 15:57

Carbone é o melhor

Paulo Rosa | quinta-feira, 09 de Abril de 2015 - 10:23

0 pra Transcendence e 8 pra Velozes e Furiosos 7 😁

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