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Críticas

Cineplayers

Mais do mesmo dos suspenses orientais, mas pelo menos consegue ser uma sequência bem superior em relação ao filme original.

5,0

Os “terrores” e “suspenses” orientais, nessa altura, já deram o que tinham que dar. No saldo final, não foi muita coisa. O Chamado, que considero o único filme decente (longe de ser ótimo) acabou sendo o melhor de todos, isso falando da versão original japonesa, é claro, que é um pouco mais assustadora que a refilmagem norte-americana. Enfim, foi (e ainda está sendo – Dark Water, dirigido por Walter Salles, chegará em breve aos cinemas) uma moda que deve estar logo quase que sendo esquecida.

O melhor desses filmes são suas identidades visuais. Vindo de uma cultura radicalmente diferente da nossa (que, por sua vez, é fortemente baseada na cultura norte-americana), os filmes possuem geralmente personagens caricatos, bizarros e, por isso, algumas cenas, mesmo que não fazendo o menor sentido lógico, conseguem causar arrepios. Só que é a velha história: vendo um, vê-se todos. Com um pouco de experiência, já é possível prever as reviravoltas dos roteiros e, principalmente (e é aí que eles perderam a graça), absolutamente todos os sustos de cada filme.

Visões é a seqüência de The Eye – A Herança, também dos irmãos Pong. Na realidade, não é exatamente uma seqüência, pois apenas utiliza a idéia geral daquele filme como base para sua história. É sobre uma moça que, chegando muito perto da morte, acabou adquirindo o dom de enxergar os mortos, que passam a atormentá-la. Não passa, no final das contas, de uma cópia de O Sexto Sentido. Por mais óbvia que seja essa definição, aqui ela não pode deixar de ser utilizada. Até porque O Sexto Sentido já não é um filme exatamente original. Querendo ou não, esta é a verdade.

De qualquer maneira, impressionantemente, esta seqüência é um filme muito superior ao original, ainda que seja um filme medíocre. O caso é que, mesmo previsíveis como sempre, por causa do visual dos mortos, de suas atitudes no contexto em que são empregadas e com a ajudinha de sempre de sons altos, os momentos de terror conseguem ser um pouco arrepiantes. O filme tem várias cenas muito tensas. Mesmo as mais exageradas (uma envolvendo a tentativa de suicídio de certa personagem) conseguem criar tensão. Isso não existiu no primeiro filme, onde a necessidade de mostrar uma história bem amarrada e complexa acabou aborrecendo todo o filme. A história aqui, embora tão boba quanto a do original, é muito mais surpreendente e divertida, além de ser mais simples. No fim das contas, até que faz algum sentido.

Esta é uma co-produção entre Hong Kong e Tailândia, feita com um orçamento certamente baixíssimo. Nesse sentido, pelo menos, pode-se parabenizar os diretores, que conseguiram mesmo assim criar um filme com bons efeitos especiais, algumas cenas bastante inteligentes (sempre na medida do possível, é claro) e com um clima nada original, mas suficientemente bom para poder prender os espectadores. Quem [ainda] curte filmes de suspense orientais, creio que seja uma pedida perfeita.

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