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Whiplash: Em Busca da Perfeição

(Whiplash, 2014)
8,2
Média
650 votos
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Sua nota

Críticas

Cineplayers

Duelo de gigantes em filme que mostra tudo que uma obsessão pode destruir.

9,0

Whiplash: Em Busca da Perfeição vem dando o que falar já há quase um ano, desde que surgiu em Sundance último. Visto agora, percebo como todo e qualquer elogio parece justificado e merecido. De cara, a pergunta a ser feita é "onde diabos esteve Demien Chazelle todo esse tempo?", porque um talento desse não deveria nascer da noite pro dia. A segunda pergunta seria "Miles Teller vai parar de crescer?", e ai esperamos que a resposta seja não, porque o guri ganha potência a cada novo trabalho, e aqui sua entrega não somente é impressionante como encontra eco.

Desde a primeira distanciada cena o filme se entende e vende como um estudo sobre a obsessão, e como um cada um de nós lida com os desafios que nos auto empunhamos. O roteiro dedicado se apresenta aos poucos e sorrateiramente vai enredando o público numa trama que a princípio teria mais a afastar do que a agregar, mas é impossível resistir depois de meia hora, ou até antes. Graças ao esforço conjunto de montagem, sutilíssima trilha e uma direção que alinhava muito bem grande convergência de atos, o filme nunca esquece de seus tempos e tipos, que na verdade são bem poucos; mais precisamente e de foco principal, dois.

Para cada obsessão seria necessário um obcecado e o um agente/fator que deflagraria tais atos? Ao menos aqui no filme sim, nosso protagonista não sonha em ser um grande baterista, mas entrar para a história do seu instrumento. Para tal feito, Andrew parece ver apenas um foco: Terence Fletcher, o renomado instrutor musical da faculdade que ele freqüenta. Mas nem Andrew é o aluno habitual, muito menos Fletcher o instrutor comum. Num jogo que de cara se mostra perigoso e tenso, colheres encharcadas de insanidade serão inseridas nessa relação, literalmente um barril de pólvora.

Se Teller é um dos jovens atores do momento, cujo talento só se expande, a figura de Fletcher ganha personificação em JK Simmons, que aqui sai de uma zona de conforto para se tornar um furacão. O duelo entre professor e aluno fica cada vez mais intenso pelo valor que ambos impregnam a seus personagens, e Simmons se transfigura a cada nova cena, cada vez mais irascível e descontrolado, mesmo ele também sendo um obcecado por controle. Trabalhos de enorme quilate num filme que só peca ao pincelar a vida pessoal do aluno, que de tão pouco interesse que suscita só poderia ficar em segundo plano, abrindo alas para a obsessão como uma patologia de difícil cura.

Visto durante o Festival do Rio 2014


Comentários (7)

Anderson de Souza | domingo, 28 de Setembro de 2014 - 17:49

Milles Telles só vem crescendo. com certeza vou conferir

Lucas Souza | quarta-feira, 01 de Outubro de 2014 - 07:28

Poxa, eu não estava botando fé, mas parece ser fantástico!

Victor Henrique Schmidt Timm | terça-feira, 27 de Janeiro de 2015 - 21:10

Filme bastante bom. Mas no mínimo, faltou aplausos no final do filme, no mínimo. Aplausos no filme mesmo, a platéia do show de Jazz tinha que ter aplaudido, pelo menos é isso que o filme me fez entender, que Andrew tocou muito bem a música final. Talvez Fletcher também aplaudiria. Mas como o filme acaba no fim da música, ficamos sem saber: Os dois fizeram as pazes? São inimigos? Andrew vai seguir carreira de bateirista?
Denovo, se tivesse os aplausos pelo menos, da platéia e do Fletcher, ficaria subentendido que os dois formariam um conjunto.

Alexandre Marcello de Figueiredo | sábado, 25 de Abril de 2015 - 21:38

A obstinação - literalmente sangrenta - do rapaz em busca da batida perfeita junto com a atuação insana de J K Simmons mantém o filme de pé.

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