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Críticas

Cineplayers

Os ingredientes são muito interessantes, porém o resultado final deixa a desejar.

5,0

Feriado em Barra Mansa. Resolvi aproveitar o dia indo ao cinema na cidade vizinha de Volta Redonda, assim não pegaria fila e o cinema estaria relativamente vazio. Perfeito para assistir a maratona de filmes que me propus a ver com calma e tranqüilidade. Na sessão das 14h40, estavam apenas sete homens e todos sozinhos. Fiquei imaginando se eles tiveram a mesma idéia que eu.

Entrei na expectativa de assistir a um grande filme, com sacadas geniais e um enredo cheio de reviravoltas, afinal de contas, o trailer passou essa impressão. Na telona o lançamento da semana, Xeque-Mate, estrelado por figurões do cinema como Josh Hartnett, Bruce Willis, Lucy Liu, Morgan Freeman e Bem Kingsley. Definitivamente eu tinha motivos para acreditar que o filme seria bom.

Não digo que foi um completo desastre mas definitivamente Xeque-Mate ficou aquém das minhas expectativas. Mas estamos falando de um filme recheado de antagonismos. Temos dois chefões do crime e, por ironia, um deles é um rabino. Confesso, essa é a primeira vez que vejo judeu fazer papel de mau em filmes americanos. Até porque a maioria dos filmes onde judeus atuam são comédias.

Pontos positivos que podemos destacar são os cortes de uma cena para outra que imprimem um ritmo mais veloz ao filme. O começo também é bom, pois a trama da história é logo definida e em pouco mais de meia hora de projeção já sabemos o que nos espera ao longo do filme.

Arrisco-me a afirmar que estamos diante de um filme frustrante. Na sinopse diz-se que Slevin Kelevra (Josh Hartnett) está com vários problemas em sua vida. O prédio onde mora foi condenado, sua carteira de identidade foi roubada e ele recentemente flagrou sua namorada na cama com outro homem. Para escapar ao menos por algum tempo dos problemas, ele consegue emprestado com seu amigo Nick Fisher (Sam Jaeger) um apartamento em Nova York. Slevin então é confundido com Nick Fisher e acaba sendo envolvido numa briga entre dois mafiosos, simplesmente chamados de o Chefe (Morgan Freeman) e o Rabino (Bem Kingsley). Confesso, com uma sinopse dessas cheguei a acreditar que estávamos diante de um enredo digno de Quentin Tarantino.

O que mais me frustrou foi desfecho. Eu imaginei que a criatividade dos produtores iria transformar o final do filme em algo inesperado ou inusitado, quem sabe. Mas, mais uma vez, não conseguiram fugir do lugar comum e imprimiram um final que eu simplesmente me recusava a imaginar pois acreditava que não seria possível eles novamente caírem no erro de encerrar o filme com clichês manjados. E foi exatamente isso que fizeram. Nos quinze minutos finais tudo se define, de maneira quase óbvia e nada original. Para os espectadores mais atentos é fácil matar a charada e descobrir o final. É tão previsível que, como disse, chega a ser difícil de acreditar.

Também não gostei das atuações. Todas muito mecânicas. O enredo pedia que os atores tivessem uma atuação mais irônica, sarcástica até. Mas ao invés disso vemos mais uma vez Morgan Freeman indiferente. Parece que sua atuação contaminou todo o elenco. Quem salva o elenco é Lucy Liu, a mais espontânea em cena.

Se me perguntarem se o filme vale o ingresso, vou responder: com certeza! Como diversão o filme cumpre seu papel, pena que não consegue ir além das expectativas. Para mim um filme mediano, mas um bom programa para o final da tarde.

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