“Preto é cor, negro é raça”
Autor desconhecido
“O plano de se instalar um governo totalitário no mundo teve na confecção do rock e seus derivados uma das armas mais poderosas de imbecilização (lobotomização) das massas que outrora produziam mecanismos de defesa (arte) para se manterem íntegros. Em Brasília, numa data imprecisa, vítimas de tais armas, tentam encontrar uma forma de se livrarem das amarras opressoras de tais planos. ”
Ao término da projeção não sei ao certo se o jovem Adirley compreendeu bem o que colocou nas telas, o alcance de sua delação frente ao mal que achincalha a humanidade. Isso não importa. O seu filme (ou obra) não faz concessões. Valendo-se da sujeira legada pelo sistema desalmado que pretende robotizar o mundo, ele concebe um lúcido manifesto contra o estado das coisas patrocinado pelo estado brasileiro, que se estende de uma maneira quase universal ao que ocorre em escala maior ou menor no resto do mundo. É a implantação de uma doutrina que pretende robotizar o ser humano, destituindo-o de qualquer resquício de sensibilidade.
Jamais nenhum cineasta mostrou Brasília de forma tão real e crua, destituindo-a daquela falsa ideia de perfeição arquitetônica. Pensada por Lucio Costa e estragada por Oscar Niemeyer (um velho doente que só gostava de concreto – deve estar a sete palmos dessa substância ao invés de terra esse velho corvo babador de ovo dos ditadores). Quando se transferiu a Capital para Brasília, JFK nada mais fez que isolar o cérebro do corpo tupiniquim, para receber ordens de outrem e contaminar todo o corpo de nossa sociedade que ainda relutava em aceitar a cultura robótica que vinha de fora. Queirós filma o concreto e mostra a humanidade encarcerada nele. Não existe espaço para o lúdico, para nos inserirmos na natureza, criamos uma gaiola de cimento e estamos prisioneiros dela.
E para denunciar o absurdo vendido pela mídia, de que a casta que vive no plano piloto, com suas quadras autossuficientes, seria privilegiada, o diretor mostra a criação de absurdos passaportes. Estamos regredindo a idade média com seus burgos isolados??? A solução é a criação de apartheid? Querem os que criaram essas armas de destruição se isolarem da doença? Ridículo que o diretor com um humor negro desmente a contento.
O jovem Queirós com sua câmera, mostra vítimas (Sartana, Marquim, Jamaica, etc) presos num ambiente asfáltico, sendo que alguns não são tanto limitados em suas ações pela mobilidade do corpo (Sartana e Marquim) mas sim por um mundo onde a arte está estragada. A solução é aquela apreendida de velhas lições ensinada pelos índios. Para se combater um incêndio, acenda um fogo e faça com que ele corra em direção ao já existente para o extinguir. Sartana e Marquim criarão uma bomba com todo o lixo que veiculam de forma midiática ou não e tentarão curar o organismo através de um choque. Daí o filme se transforma em um terror, já que desde o início seu diretor prefere o tom documental (que reforça a sensação de angústia que nos domina desde o começo da projeção). Terror esse devido a utilização de um flerte com a ficção cientifica que ganha as telas na figura de Cravalanças que vem do ano de 2073 impedir que as coisas tomem o rumo que tomaram. Ou seja, a chamada bomba de lixo cultural lançada, não surtiu efeito. Cravalancas com seu linguajar chulo, trejeitos de androide, é a prova viva de que tudo deu errado. Lembrem-se jovens, trata-se de ficção em tom documental. Um dos filmes mais inteligentes dos últimos tempos. Só não sei se seu diretor compreendeu o seu feito. É preciso que todos nós nos retemperemos num mergulho no chorinho, cateretê, samba, valsas, dobrados e todos os demais gêneros de uma cultura não industrializada.
O alerta está dado. Aguardo ansioso novas obras desse jovem. Espero que ele não se deixe corromper. O seu filme é pura reflexão. Pena que a linguagem hermética, que se vale do grosseiro, atrapalhe o real entendimento dessa obra prima.
Grato pela oportunidade de um diálogo edificante. De buscar me compreender e não me estigmatizar devido a minha idade como muito dos outros jovens que frequentam esse espaço.
Cabe aqui postular muito bem o que eu entendo por Espírito Humano. Distinguimos o moral do físico? Mas o que é o moral? Eu chamo de fatos morais da natureza humana aqueles que NUNCA podem ser percebidos diretamente pelos sentidos, mas são só interiormente conhecidos por aqueles que os experimenta. Exemplos: A vontade (≠ de desejo), o pensamento, o sentimento.
😲
Só agora me dei conta. O que postei dia 23/08/2015 deve ser lido da seguinte forma: O postado as 12h40:39 deve ser lido primeiramente e por último o postado as 12h34. Em ordem decrescente. Esqueci de numerar. Grato jovem Mateus pelo aviso.
Caraleo, lendo os comentários me sentir em um filme do Bergman