Encontre um determinado segmento e faça um filme sobre isso: é o que parece a motriz de “Wind”. E o segmento? Aventura. Uma aventura sobre barcos, no caso. A história é contada da perspectiva daqueles que estão navegando com coração e alma. No entanto, você não precisa ser um marinheiro fanático para assistir. Os poucos termos náuticos que são mencionados são explicados por um repórter para que você não se sinta distante como espectador.
O roteiro é quase que inteiramente baseado na história real de Dennis Conner, que envergonhou a América em 1983 por ser o primeiro americano a perder a America's Cup nos 140 anos da corrida. A trama, portanto, gira em torno de ganhar essa Copa e não necessariamente sobre a influência que o vento tem na navegação — ideia essa que pode ser deduzida quando lemos o título do filme.
“Wind” foi dirigido por Carroll Ballard e produzido por Francis Ford Coppola. Uma dupla que combina bem, aparentemente, porque Ballard e Coppola já trabalharam juntos em um filme. Em 1979, eles fizeram “The Black Stallion”, um longa-metragem comparável ao “Wind”. Em ambos os filmes, é o estranho que tem poucas chances de ganhar, mesmo com o trabalho árduo e perseverança.
Os personagens aqui (performance razoável de Jennifer Gray) são um tanto superficiais, então você não pode se identificar demais com os competidores. O que é lamentável, uma vez que o desespero que naturalmente existe numa corrida, onde tudo pode ser perdido, não pode ser visto nos velejadores. Como consequência, o final é bastante previsível e pouco verossímil.
Para os fãs de vela, este será um ótimo filme, até porque dá para contar nos dedos de uma mão quantas obras nesse estilo são feitas ultimamente. Para os não-fãs de vela, o filme soará raso, com momentos onde a sensação será a de ver um documentário sobre navegação. De qualquer forma as imagens extraordinárias do local e o bom trabalho dos câmeras fazem com que esta película valha a pena ser vista.
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