O início do filme logo irá nos remeter a outros cineastas, mais claramente lembraremos de algumas obras de Gus Van Sant, a escolha do formato da tela, nos deixa ainda mais próximo da protagonista, tudo gira em torno de uma garota, Mia que está sempre metida em alguma confusão, expulsa da escola, com poucos amigos, passa o dia andando pra cima e para baixo, dentre seus poucos interesses, está a dança, até que um homem misterioso (ou nem tanto assim) chega para mudar a sua vida. O que esperar de uma diretora que em seu filme de estréia, já havia nos presenteado com um filme incisivo é muito forte, não foi um filme a altura do seu antecessor, ainda assim grande filme, como eu disse na resenha anterior, Arnold ganhou três vezes o Grande Prêmio do Júri, segunda vez foi aqui.
Os aquários do títulos são nada mais figuração, eles estão por todo lado, na sala de dança, nos clipes e por outros tantos momentos, os tais aquários são usados como metáfora para dar um ar de claustrofobia, uma visão feia do mundo, por esse caminho Mia tem sua primeira relação sexual, acaba por se desiludir com.os adultos e logo cai na realidade de quem nem todos os garotos da mesma idade dela são totais babacas, logo está cara a cara com a morte por conta de seu gênio ruim, todo esse caminho que, por um lado possa parecer repetido, toma novas formas na câmera de Arnold, o estilo forte e presencial da diretora de fazem sentir, as cenas noturnas e com quase nenhuma luz deixam as coisas ainda mais sufocantes.
Como já esperamos da diretora ela arranca mais uma interpretação gigantesca de uma pequena atriz, Kate Jarvis é um fenômeno particular no filme, com menos de 18 anos, foi seu primeiro longa metragem, o resultado final do segundo filme de uma das melhores diretoras da atualidade, é um filme com uma certa ternura, tristeza e violência, Michael Fassbender quase passa despercebido, se não fosse grande demais para isso, em suma Aquário é uma metáfora para a protagonista, que está presa em sua própria redoma.
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