Engana-se quem pensa que Timbuktu surge para denunciar os abusos e opressões apenas dos Jhidaistas. Não , não, Timbuktu vai além disto, busca demonstrar o homem como corruptor e criador de leis e teses sobre justiça baseado sempre na justificativa do desejo e das leis de deus, logo podemos enxergá-lo como uma crítica à todas as instituições religiosas sem exceção.
Umas das frases que mais me tocou foi a mulher que dizia não temer o homem mas Deus ( que bela contradição não?) , Sissako deixa bastante óbvia sua mensagem é que deveríamos temer apenas o real, no caso o homem e que Deus está num plano fora da nossa realidade, portanto contestando sua existência naquele mundo.
Agora sobre a cinematografia é incrível como Sissako "enclausura" seus personagens em um deserto infinito, tão vasto e com personagens tão minúsculos perto de todo o espaço que eles tem a disposição e tão pouco que podem desfrutar, formando assim uma metáfora das mais interessantes dos últimos anos, além de conter em seu filme um plano mais lindo que o outro, com grande destaque para a cena dos dois homens se distanciando no lago.
Enfim, Timbuktu é joia rara que quase passa despercebida não fosse a indicação ao Oscar e mesmo assim pouca gente irá ver e refletir sobre tudo que este belíssimo filme propõe.
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