Crítica - Kill Bill vol. II - Quentin Tarantino: Na segunda parte da missão de vingança de Beatrix Kiddo (Uma Thurman), há, da mesma forma que no volume I, uma singela homenagem ao cinema que fez parte da infância-adolescência do diretor, que era, neste ínterim, atendente de vídeo-locadora e pôde usufruir da coleção do patrão mais do que os próprios clientes. Nota-se estas influências mais na primeira fita que na segunda. Na primeira parte, são evidentes as influências dos mangás e artes marciais. Nesta segunda parte, a homenagem concentra-se nos seus predecessores. Este fato fica evidente já no prólogo, quando a personagem de Uma Thurman é filmada em preto-e-branco com a passagem aparentemente inerte e o carro, idem, o que facilmente remete a Alfred Hitchcock e, por exemplo, Janet Leigh, em Psicose. Estas imagens repetem-se vez ou outra durante o longa. A alternância de cores da fotografia - ora fortes, ora admitindo tons de cinza -, contrastam com as situações a que são submetidas a personagem, outro artifício que os mestres costumam utilizar, como o próprio Hitchcock em "Marnie". Mas o ponto forte, em tratando-se de Tarantino, é o roteiro, muito bem escrito, sem furos e com diálogos interessantíssimos. Devo mencionar a explanação de Bill (David Corradine) sobre os ensinamentos do mestre Pai Mei (Chia Hui Liu) ou ainda a narração da filha que compartilha a morte do peixinho. Considerando estes aspectos, mais a montagem não-linear, o filme caracteriza-se inferior ao primeiro, mas garante duas boas horas de entretenimento. Em uma escala de 0 a 10, 8.
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8,0
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