Um suspense superior ao que estamos acostumados que, justamente por isso, não vai agradar a todos, como já é visto ultimamente por outros comentários.
Passado na Guerra Fria, mostra os conflitos internos do Serviço Secreto da Inteligência Britânica para descobrir um traidor aliado aos soviéticos. A trama não se prende apenas nisso, explorando o lado pessoal de cada personagem envolvido e revelando fatos ou pistas. Isso provoca certa complexidade que necessita de muita atenção. Vai ser difícil entender tudo assistindo apenas uma vez a essa obra, mas o entendimento geral da história e as revelações finais não são coisa de outro mundo.
A fluência do roteiro, não-linear e detalhado, envolve muito, mesmo sendo cansativo em alguns momentos. As situações vão sendo apresentadas e tudo vai se conectando, de forma que, descobrindo ou não quem é o traidor, a intenção era mostrar a tensão em querer e evitar ao mesmo tempo a guerra total, através de diversos pontos de vista. Todos têm envolvimento com algo e tudo é suspeito, daí uma revisitada ao filme abriria um leque maior de ideias.
Tudo auxiliado por uma trilha sonora envolvente, ângulos de câmera e fotografia curiosos, cenas chocantes, direção astuta (para mim, Tomas Alfredson se superou, comparado ao seu projeto anterior também bem realizado: "Deixa Ela Entrar") e a um grande elenco competente, cada um com seu grande momento e com Gary Oldman ligando um ao outro com sutileza mediada à força, em certos minutos.
Um dos grandes filmes de 2011, "O Espião Que Sabia Demais" pode passar batido no Oscar, está e vai continuar sendo muito dividido nas críticas, o que ajudará na sua polêmica em construir o que realmente quer passar ao público. É para assistir com vontade de se debruçar num enredo interessante e até divertido!
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