“Melodramático, televisivo, dramalhão e piegas!” – Como li estes adjetivos por aí! Pois discordo dos quatro; sejam as atuações honestas ou as situações mirabolantes que nos levem “...E O Vento Levou”, certamente não se trata de um filme piegas. Comprovo isso (dentre inúmeras cenas) a cena da morte de Bonnie, tratada com bastante realidade.
Sim, preparem-se para uma Vivien Leigh antipática, arrogante e passionalmente mórbida. Calma... No fim do primeiro disco já vemos o quanto cresceu nossa protagonista, restam somente vestígios de uma adolescente contrariada, Scarlett torna-se em uma grande mulher que vai usar de tudo para que sua família não passe fome, até mesmo hipocrisia.
Clark Gable está estupendo: muita postura, enérgico, perspicaz e sedutor. Claro que se trata de um arrogante-libertino, mas um baita cativador! Tem uma conduta charmosa e fora de sua época que difere muito dos outros. A relação dele com a criada (Mammy) é hilária e muito cativadora, ele a respeita intensamante e não ousa esnobá-la de forma alguma. Cenas clássicas entre eles é quando Rhett oferece xerez pra ela e quando ela usa a anágua que ele a presenteou. Sem contar que Mammy tem uma força enorme em seu pequeno papel, não há como não escutar as palavras fortes dessa negra mulher.
Melanine é pura (talvez demais) contrastando com Scarlett. Engraçado como o filme vai tomando os mais diversos filmes, as personagens crescem e amadurecem a cada minuto que passa: Começamos bem, num baile colorido e animado e daqui um pouco estamos numa rua movimentada, no sul “rural” dos Estados Unidos que logo será atacado pelas tropas do norte industrializado, desencadeando a Guerra de Secessão, a famosa guerra civil dos EUA; pra no fim, nos depararmos com o conforto e os sonhos realizados num grande vazio existencial que proporcionam apenas tristeza e desconforto.
Há grande saudosismo dos fáceis tempos pré-guerra também.
Scarlett e Rhett têm muito em comum e ele a ama intensamente, todo filme tenta conquistá-la das mais diversas formas que um homem poderia fazer; então é justo que ele a deixe no final do filme, ela não merece mais seu amor, já que tantas vezes o pôde ter e desvalorizou, subestimou.
Um bom filme, não há muito o que se repreender.
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