A pequena Ofelia - uma aficcionada por contos de fada - e sua mãe grávida, Carmen, partem para o "quartel" de seu padrasto, Vidal. Chegando lá, a menina, em um passeio noturno, acaba por descobrir que é uma princesa de um reino subterrâneo. O roteiro é fantástico especialmente por aqui, quando pensamos que o restante do filme será pura fantasia. Mas não. Princesa ou mera humana, Ofelia continua vivendo no mundo real. Ela terá de cumprir três tarefas para provar que não se tornou uma mortal e continua sendo a princesa de outrora. A maneira com que o fauno e as fadas do mundo fantasioso "entram" no mundo real é um golpe de mestre. Não é nada artificial, é sutil e belo, beirando o onírico.
del Toro consegue miscigenar fantasia e realidade em uma obra fascinante.
O que mais chama a atenção no filme - além de sua impecável fotografia - é o fato de que a fantasia, o sonho, o lirismo e a dura realidade de uma Espanha em plena ditadura de Franco conseguem dividir espaço na película, sem artificialidade. O filme é produzido de forma que o espectador acredite no que vê, por mais fabuloso - literalmente - que seja, pois é como se voltássemos a ver o mundo sob os olhos de uma criança, onde a fantasia é muito mais bonita do que a realidade.
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