Servindo como uma renovada para o super-herói cabeça de teia, "O Espetacular Homem-Aranha" serve como uma nova adaptação do herói para as telas do cinema e também mostra uma versão mais fiel em relação às HQs de Stan Lee e Steven Ditko. No entanto, ainda que tenha um elenco com grandes nomes e até grandes revelações, o longa ainda não consegue atingir o patamar que Sam Raimi elevou ao adaptar a estória há 10 anos atrás.
Seguindo a mesma linha geral de trama que a trilogia Raimi, Marc Webb conduz uma narrativa que volta-se claramente para o público jovem quando mostra as angústias da fase adolescente e também a questão dos hormônios em alta. Claro que este não é o foco estabelecido pelo longa, mas é justamente nestas partes que Webb tira seus melhores momentos. Nas sequências de ação existem falhas por não serem tão empolgantes quanto às que vimos na trilogia e também o fato de que a tecnologia 3D não é aproveitada corretamente. Logo, percebemos que Webb é um diretor de filmes indie e que o "blockbuster filme de ação sessão da tarde" não faz do estilo do diretor de "(500) Dias com Ela".
O roteiro contava com três excelentes nomes quando o assunto é adaptação. James Vanderbilt, Steve Kloves e Alvin Sargent possuem um histórico admirável quando o assunto é adaptação cinematográfica. O problema é que o roteiro gasta muito tempo em ficar focando-se nos mesmos aspectos que o primeiro filme de Sam Raimi fez, ou seja, ficar contando a mesma coisa sem grandes novidades. Aliás, quando existe a proposição de algo novo (a morte dos pais de Peter Parker), esta não é devidamente aproveitada e fica colocada de segundo plano sem a merecida exploração. Porém, ainda podemos destacar que o roteiro acerta em colocar o relacionamento entre Peter e Gwen Stacy em maior ênfase e mostrar melhor desenvolvimento em relação ao que foi exposto entre Parker e Mary Jane no primeiro longa de Raimi.
Falando no aspecto casal, a química entre Andrew Garfield e Emma Stone funciona de forma soberba, podendo afirmar facilmente que este é um dos melhores pontos do longa metragem. Tanto Garfield quanto Stone apresentam atuações muito satisfatórias e demonstram ser os grandes pilares que podem fazer com que a franquia vá em frente sem grandes problemas e, quem sabe mais para frente, conseguir superar o que Raimi fez.
No quesito elenco, ainda podemos falar de Martin Sheen e Sally Field nos papéis dos tios de Peter. Sheen mostra a melhor atuação do filme e consegue ser equivalente ao que Cliff Robertson mostrou, mesmo não sendo detentor de tanta atenção quanto Robertson obteve no primeiro longa. Já Sally Field não merece ser elogiada nem criticada pois sua personagem possui baixa participação e também somente fala as mesmas coisas quando entra em cena, ou seja, o roteiro mais uma vez não soube aproveitar um importante elemento da estória.
O que faz realmente afirmar que vale a pena gastar seu dinheiro com o ingresso é que, mesmo não sendo tão bom quanto ao que vimos anteriormente com Sam Raimi, percebe-se que há muito potencial novo a ser explorado e que também serve para tirar aquele gosto ruim que foi deixado por "Homem-Aranha 3" em 2007. O pontapé inicial foi eficiente, mas nem tanto assim.
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