Curtindo a Vida Adoidado é mais um daqueles filmes que se destacam por serem um dos primeiros a tratarem de seu tema. É de fato um dos primeiros filmes a explorar com uma linguagem totalmente original o universo dos adolescentes médio-burgueses que, cansados da puxada vida de futores motores do capital de seu país, decidem viver uma vida louca, curtindo os prazeres sem as reponsabilidades diárias. Curindo a Vida Adoidado ainda preserva uma pureza estranha para os dias atuais. Após sucessos teens como Americam Pie e congeneres, onde o curtir se expande mais ao âmbito sexual - explícito às vezes, fica certo impasse em saber a dimensão que um filme da pureza adolescente de Curtindo a Vida Adoidado tem nos dias atuais.
A idéia por trás do filme é maravilhosa, não há como negar. Só acredito que faltou uma maior pretenção por parte do Diretor, John Hughes - esse é seu melhor filme de longe. O carisma dos personagens é imenso, sendo unanimidade Matthew Broderick, como o "imortal" Ferris Bueller, sua atuação dinâmica é a alma do personagem. A deusa de beleza estonteante Mia Sara - quiçá o ideal de beleza jovem do sexo feminino na década de 80, sex simbol eterno - não presiva nem se esforçar tanto como a mocinha da turma, está discreta em sua personagem. Alan Ruck, como Cameron, melhor amigo de Ferris é de fato, o grande e mias denso personagem do filme, embora o carisma de Ferris o tenha eternizado. Cameron é o jovem que mesmo tendo problemas de relacionamento, e de não se "achar" em sua realidade domética, é reticente em ceder a vida adoidada proposta por Ferris. No fim, o grande drama do filme todo se dará em cima de sua personalidade. Há também Ed Rooney, interpretando o diretor Ed Rooney, aquele instigado em acabar com as estripulias do ardiloso Ferris. A irmã de Ferris é o único personagem gritantemente denescessário, que tem um desenvolvimento absurdamente caricato, não dá nem pra defini-la especificamente, é um personagem avulso.
Com roteiro (escrito pelo diretor Huges) tão simples, a direção de Huges não tinha como decepcionar, cumpre bem o papel, com boas e divertidissímas situações cômicas, controlando bem o material humano de que dispunha. Acertadamente escolhera os melhores atores para os papéis principais.
A Trilha Sonora do filme é impecável, com músicas divertidíssimas. Há de ficar na memória de nossas Sessões da Tarde a performance de Broderick ao som dos Beatles, ou a música de Star Wars no instante em que o Ferrari voa pelas ruas nas mãos dos inescrupulosos e malandros guardas de estacionamento.
É um filme que deve se assitir, apesar de estar um pouco velho epuro pros padrões atuais. É divertido, sim, apesar de poderia ser um pouquinho melhor. É uma boa idéia de filme pra assistir sem muita pretenção, recomendadíssimo.
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