Bons anos atrás, eu realizei um trabalho escolar muito extenso, bem ilustrado e até meticuloso por ser realizado no antigo ginasial. Este filme teria poupado muitos esforços e tempo, já que a pesquisa era realizada em bibliotecas (ainda sobrevivem?), e fotos e ilustrações eram provenientes de recortes, desenhos à mão e o merecidamente esquecido mimeógrafo.
A preocupação meticulosa com cenários, locações e figurinos são evidentes e já justificaria assistir esta grande produção. Acompanhe a isto uma boa fotografia e iluminação primorosa.
Justificaria. A grande movimentação tática das tropas onde foram utilizados milhares de figurantes não cabe nas telas e estas tomadas tornam-se aborrecidas. Acrescentando aos aborrecimentos, o tempo do filme colabora para assisti-lo em episódios devido à falta de movimentação e um enredo pobre. Os personagens não decolam e parecem estar lidando com problemas corriqueiros do dia a dia e não com um o ambiente de uma terrível guerra civil que tomou cerca de um milhão de vidas. Não há paixão ou até mesmo envolvimento. O racismo e escravismo, bandeiras ianques da guerra, e os interesses econômicos envolvidos são tratados de forma velada com frases soltas pelos longos 220 minutos de filme.
Pouco antes da metade do filme, um único personagem toma conta da história, o lendário general Stonewall e sugere que o título deveria ser alterado para “Deus e o general” tal o apego à faceta religiosa deste herói americano.
Caso pretenda realizar uma pesquisa histórica ou contemplar uma produção tecnicamente impecável sobre o assunto, este é o filme, mas reserve um bom tempo. Mas não deixe de também assistir o estupendo e desvalorizado épico Tempo de Glória (Glory), o óbvio E o vento levou, e como inusitada indicação o Gangs de Nova York (isto mesmo!).
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário