"Devemos voltar no ponto cujo tomamos o caminho errado"
"Que mundo é esse onde se suja a àgua"
É a neblina das lembranças, a névoa da identidade, o niilismo do ser e do mundo; há filmes que simplesmente não nos incorrem, a sua beleza e riqueza não se sustentam no olhar. E agora tendo visto este aqui, sei que a contemplação é incerta - é a variavel do estado de espirito - no entanto, é certo que é a constante do coração - é sim, esse o motivo do gosto pessoal - e que quando valido é, sabe-se que valeu a pena.
Mais pessoal que Nostalgia é impossível. Afinal, Tarkovsky vale-se do devaneio - puro onirismo por aqui - ele fotografa seu filme com tonalidade sépia, steadicam em seu uso pleno, ele filma a agua e o fogo. E tudo é contemplação, tudo é a imagem em busca da reação e compreensão; não confundir com entendimento.
É preciso entender que todo o filme é um paradoxo, e nunca realmente sabemos pra que lado o filme "pesa" mais. Nostalgia é dedicado à mãe de Tarkovsky conforme o letreiro final denuncia, e realmente soaria estranho que a obra pesasse ao lado misantropo da coisa (?).
Pelo menos para mim, os 125 minutos do filme passaram como um avião. Não se trata de um filme cujo o silencio é gritante, a quietude é histérica, e a lentidão é tépida. É um filme no qual tudo na verdade acontece à cada segundo. Mesmo que passe aquela impressão de ver um filme bem auto-indulgente.
É a obra de um cineasta com controle total sobre a mesma. Qual filme mais é capaz de tocar a platéia com o requiem da própria vida?
Postado originalmente no cineinsonia.blogspot.com
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