Apesar de pouco memorável, No Coração Do Mar é uma boa diversão
No Coração do Mar (2015), filme que marca o retorno da parceria entre o diretor Ron Howard e o ator Chris Hemsworth após o excelente Rush - No Limite da Emoção (2013), tinha todos os ingredientes para repetir o feito de As Aventuras de Pi (2012): um diretor renomado, o embate constante entre o ser humano e a natureza (representada aqui pela grande Baleia Branca) e efeitos visuais impressionantes. Contudo, o longa nunca ultrapassa a barreira do bom e conta sua história de maneira convencional.
O enredo do filme envolve duas linhas temporais. Em uma delas, narra-se a viagem do navio baleeiro Essex, que navega durante meses em busca de óleo de Baleia no século XIX. Nesse contexto, são apresentados o inexperiente capitão do navio, George Pollard (Benjamim Walker), que só ocupa tal posto devido ao financiamento do pai, e o primeiro em comando, Owen Chase (Chris Hemsworth), bem mais experiente que o primeiro e descrente em sua capacidade, fator gerador de diversos conflitos entre os dois. Também se destaca um jovem marujo, interpretado por Tom Holland, protagonista da segunda linha temporal, na qual, décadas depois, ele conta a um renomado escritor as aventuras e os desafios atravessados pela tripulação no combate à uma gigante e violenta Baleia Branca.
O enredo abre espaços para cenas de ação e de drama, o que permite a extração de boas atuações dos atores, em especial de Hemsworth e Holland. Apesar disso, o que realmente rouba a cena é a Baleia, construída magistralmente em CGI e retratada com muita imponência e força.
A trilha sonora, apesar de competente, não é marcante e pouco se sobressai e as cenas de ação são desfavorecidas por uma edição confusa, que faz cortes excessivos e traz uma sensação de bagunça constante. Por outro lado, a fotografia é belíssima, passando frequentemente a sensação de se estar assistindo a uma pintura em movimento.
Dessa forma, No Coração Do Mar é um bom filme, ressaltado por uma parte técnica que beira a perfeição. Sente-se a todo momento, porém, a falta de um elemento que torne o filme memorável e especial, algo semelhante ao relacionamento único entre Pi e o tigre no filme de 2012, que faria essa produção se destacar ainda mais.
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