Lupas (51)

Almodóvar tece uma sinfonia melancólica sobre o amor e a obsessão. Benigno e Marco, em relações intensas com mulheres em coma, exploram os limites do amor, da compaixão e da sanidade. O filme trata de morte, sexualidade e masculinidade com sensibilidade, convidando-nos a refletir sobre a vida, a morte e o amor.

20/12/2022

O amor x a obsessão, a solidão, as decepções, uma trama que alterna entre histórias diferentes, trás coincidências típicas do cinema, tem uma narrativa lenta que pode te prender ou te afastar na mesma medida, as atitudes são polêmicas e brutais, a melancolia toma conta, o filme não me capturou por completo e embora tenha passagens lindas e excentricamente geniais, como do homem diminuído, ainda assim fica abaixo em comparação a outros títulos do diretor.

Mesmo quando a sinopse indica uma direção mais sóbria, Almodóvar consegue articulá-la, sem abrir mão de sua sensibilidade, com o estranho, o insólito. Aqui, como em outros de seus filmes, a obsessão está presente, interligando personagens por relações desconfortáveis, excessivas, às vezes mórbidas. O humor inesperado e a originalidade na constituição dos personagens seguem sendo diferenciais e, certos ou não, repulsivos ou não, nenhuma figura escapa à nossa curiosidade.

Um dos poucos filmes que trata de assuntos complexos de forma sensível. A trama faz com que qualquer julgamento seja equivocado.

Dificílimo um filme tão sensível com uma temática tão brutal.

Ninguém retrata a masculinidade tóxica e a feminilidade como Almodóvar. Sua perspectiva que entrelaça obsessão, paixão e devaneio permite-nos identificar a decadência humana pelo ridículo sem dissociá-lo do trágico. A abnegação não estando separada da violência é o fio condutor máximo de um filme dramático com pinceladas sarcásticas.

Duas mulheres em coma, dois homens apaixonados por situações completamente distintas. Um apresenta um amor platônico e a sintonia e sensibilidade por cuidar daqueles que estão vivos, mas não podem demonstrar. Outro, que viveu um relacionamento, e na tênue passagem entre a esperança e a aceitação do luto encontra no outro homem, uma forma de poder lidar com a situação. Se esses arcos não fossem contaminados com mais um plot-twist apelativo do diretor, não teríamos um final incoerente e forçado.

Passeando por temas como o limite entre a vida e a morte, voyeurismo, obsessão, psicopatia, machismo e passividade, o filme conquista pelo fator mais primordial e óbvio que existe na terra: as pessoas. Um dos almodóvares mais sombrios e criativos.

23/05/03 - Talvez o filme mais emotivo e melancólico de Almodovar, que aqui deixa de lado o universo feminino. Almodovar retrata o amor platônico a carência e a devoção, num questionamento sobre a fé.

Demora um pouco, mas lá "pelas tantas" é surpresa atrás de surpresa. Só um cineasta com o talento de Almodóvar pra contar histórias de relacionamentos de um modo tão peculiar, que é impossível não se impressionar, em "Fale Com Ela" ele acerta novamente.

Amizade muito verdadeira.O filme vai engrenando no decorrer da história.Roteiro bem amarradinho.Nos leva a pensar algumas vezes.Final surpreendente.

Um dos maiores trunfos de Almodóvar é o domínio presente em seus filmes. Mesmo quando a história transita por meios surreais ou situações extremas, não se perde a força narrativa. Algo que somente mestres conseguem fazer. Excelente.

Almodovar conduzindo uma estória de amor inusitada e sensível, flertando entre o romance e a bizarrice, atenuada sim, se comparado a Pele Que Habito.

Com este, Almodóvar faz o drama mais simples e profundo que já vi.

O melhor filme do Almodóvar de longe. Fale com ela é sobre as mulheres, mas também sobre os homens ou melhor, sobre o lado feminino dentro de cada homem, em coma é claro, ou à flor da pele quando Marco e Begnino mostram sua sensibilidade.

Almodóvar tem a mão certa para tratar dos paradoxos das relações humanas. Sentimentos tão complexos e escolhas tão polêmicas aparentam a maior simplicidade em seu olhar e o julgamento final não passa de: é humano. Entender é menor do que sentir.

espetacular almodovar com sua trama colcha de retalhos. um gigante da narrativa novelística

Bem filmado e interpretado, Hable con Ella só vai aumentando a densidade emocional a cada cena, com minutos finais inesquecíveis. História shakesperiana difícil e amarga contada com uma sensibilidade exímia por parte de Almodóvar.

Muita incoerência de roteiro, mas no fim, ponto para Almodóvar.