Lupas (17)

O filme causou rebuliço na época, pois mostrava explicitamente um casal não casado em uma posição pós ato sexual e sua sugestão de que uma jovem buscaria ativamente o sexo.

Ver as ruas de NY com os diálogos de Cassavetes e uma trilha de jazz ajudada por Mingus é uma experiência deliciosa. Desilusões amorosas, profissionais, ou basicamente de descobrir sua identidade fazem da jornada dos três irmãos uma interessante fonte de reflexão para Cassavetes que não apresenta sua linha de raciocínio mais complexa, mas o tom experimental com a montagem acelerada deixam a obra interessante do início ao fim.

Em seu primeiro filme, John Cassavetes já mostrava a força de seu Cinema inquieto, moderno e catalisador. É o que pode ser chamado de uma obra de vanguarda.

O esquema de construção baseado no improviso, além de revolucionário, resulta num retrato valiosíssimo do underground dos anos 50. O racismo nas relações e nas condições, a cena do jazz, a música negra refinada conquistando os brancos, o rolê efêmero.

"I guess I just don't fit into that pattern, now, do I?"

Paralelo a ACOSSADO e OS INCOMPREENDIDOS. Filme bem gostoso, descompromissado e com pequenos apontamentos que iriam caracterizar o resto da filmografia cassaveteana. Tipo jazz: quer curtir, se deixa levar.

Falta algum desenvolvimento mais interessante mas é muito bom ver uma obra que foi à frente do seu tempo. Antecipa a revolução cinematográfica da década de 60 ainda na quadrada hollywood dos anos 50, cheia de moralismo e códigos de conduta.

Um filme sarjeta, amores urbanos e um ritmo na batida do jazz.

Visivelmente despretensioso (direção e edição) e com um ar inovador para a época. Cassavetes começava bem, com sua técnica ainda em formação.

29/06/13

A força das imagens é tal que hipnotiza.Cassavetes,seus relacionamentos nas telas na verdade,são profundos,vão à fundo e marcam com propriedade. Início poderoso de um grande cineasta. Convence do início ao fim.

A tensão étnica e social demora a se instaurar e logo se esvai, tornando a narrativa dispersa e aborrecida. Tivesse mantido o foco em sua premissa, Cassavetes poderia ter alcançado melhor resultado.

Uma obra de arte onde pessoas deslocadas e dos mais diversos trejeitos interagem entre si num espaço que parece estar vivo.

O improviso em prol da arte.

Charmoso e bem sutil ao tratar de racismo, frustrações amorosas, machismo, incompreensão de tudo, adotando improvisação como meio de transportar pra tela as puras relações humanas, numa obra sobre conflitos, olhos de Lelia e direção precisa.

Uma experiência.

O roteiro (uma improvisação) apresenta cenas isoladas, sempre com um papo-cabeça qualquer, só para encher linguiça e servir de pano de fundo para o assunto principal: preconceito racial. Como o tema envelheceu, nada fica atualmente. E que elenco ruim!