Lupas (11)

2022 Maio - 038

Dentro da revolução está a natureza humana e suas contradições. Tempos agitados fazem aflorar sensações avassaladoras e desejos inebriantes. Quem nunca se deixou levar pela fantasia para viver o efêmero da paixão? Esses conceitos são pensados por Visconti em "Senso", seu filme ópera, um melodrama por excelência. Uma obra de composições de rara beleza, meticulosos e soberbos movimentos de câmera, cores com uma textura impressionante. É um espetáculo visual como poucos na história do Cinema.

Um marco na filmografia do Visconti, assumindo sua origem aristocrática numa super produção de época caprichada (agora c/condições materiais) fazendo uma conexão da novela de Boito c/a ópera Il Trovatore de Verdi (tinha grande ligação c/óperas e tb dirigia), em estética principalmente, e c/uma maior contextualização histórica do Risorgimento (o q acabou acontecendo pouco p/influência da produtora, era pra ser + sobre a batalha perdida p/ Itália). Alida Valli belíssima no melodrama operístico.

Lindíssimo, principalmente no fascinante começo. Il Trovatore vai acontecendo, a guerra cada vez mais dando mostras que vai explodir, uma troca de palavras aproxima-lhes - colorido lindíssimo em salões e ruas. Dá uma diminuída após a vadiagem na fazenda

O cinema de Visconti se confunde com o cinema do Wyler na minha cabeça.Talvez não tenham tanto em comum mas como não gosto de ambos, todos seus filmes parecem possuir a mesma temática novelesca a qual não suporto.

Visconti não só domina o tom operístico como também lança através de sua protagonista um comentário corrosivo a essa forma de condução narrativa: na vida real, não é nada agradável.

10/09/11

Com "Sedução da Carne", o diretor italiano Luchino Vsconti entrou em sua fase operística, deixando o neorrealismo em segundo plano até sua retomada extemporânea em Rocco e Seus Irmãos (1960).

Técnica: 10 Lógica artística: 9.0 Lógica científica: 7.0 Nota: 8.66

Um inconsistente dramalhão histórico (apenas um pano de fundo "bengala") sobre uma carente condessa fogosa, estúpida, traidora e... Supervingativa! Para piorar, a dupla protagonista está excessivamente teatral, fazendo declamação a todo instante!

Ópera + Visconti = Senso