Uma brincadeira com o prosaico, o acaso da existência. Com os seres humanos e suas manias, as relações que se formam, os devaneios e obsessões de cada um. Impressiona a elegância do texto, o rigor e a versatilidade da mise en scène, a entrega dos atores. Se bem que estamos falando de Alain Resnais. Seu olhar apurado nunca decepciona. Uma delícia de filme!
Resnais tem domínio sobre o visual, mas não sobre o conteúdo. Seu filme oscila entre uma história comum, de dúvidas, narrada com leveza e brincadeiras só possíveis nessa arte, e uma comédia sem graça, de tiradas toscas, sobre um casal indeciso e tedioso.
Alain Resnais tem completa dimensão do espaço, do posicionamento, da luz, do tempo, do som, da loucura de sua narrativa. Mas isso não é nenhuma novidade...
Resnais não está, nem de longe, preocupado em explicar a vida, mas em enternecer nossos corações com seu mergulho no que há de mais íngreme na ladeira de loucuras de que somos feitos.