Ótimo paralelo à atmosfera do soberbo Godzilla, de 54, a partir do fato de descobrirmos antes das personagens a existência e instintos da criatura nativa. Antes da ascendência do suspense envolvendo-a no habitat selvagem pré-colonizado por forasteiros.
Interessante mesmo é a leve crítica ao homem como elemento destruidor da natureza e do desconhecido. De resto uma caça ao monstro um tanto desinteressante.
Há claras entrelinhas da batalha entre homem e natureza, mas o que se sobressai é a forma de Jack Arnold em criar tensão e boas cenas (inclusive aquáticas) como poucos de seu tempo, conduzindo um clássico que não cai no trash justamente por sua direção.
Já não tem o mesmo gás dos grandes filmes de monstros da Universal, com história bem vazia. Permanece no imaginário graças a locação e ótimas sequências subaquáticas.
Não consegui ver em 3D, acredito que os simples e eventivos efeitos especiais façam a experiência em 3D valer a pena. Jack Arnold grande artesão, o filme se passa no rio Amazonas, mas desconfio que foi todo filmado no Mississipi.
Difícil adaptar o olhar para a época, mas dá pra se divertir.É legal ver como era a compreensão do homem sobre diversas coisas a 50 anos, onde uma floresta e um homem-peixe eram o suficiente para despertar o medo no público. Seria o humano o vilão ?
Neste pequeno conto de ficção e suspense, Jack Arnold sutilmente observa a relação do homem com o que lhe é desconhecido - a criatura, nunca compreendida, sempre ataca de revide. A cena do nado "sincronizado" na lagoa é bem bonita.