Mesmo contando com uma direção elegante de Michael Haneke, uma trama curiosa e ótimas atuações (Juliete Binoche, em especial), esse talvez seja o trabalho menos impactante e memorável do cineasta. A montagem fragmentada e a aparente falta de foco atrapalham uma conexão maior do espectador com a situação e os personagens, diluindo assim seu discurso e apelo emocional.
Uma aula de direção. Haneke consegue em múltiplas historias fazer um conjunto significativo e expressivo, com longas tomadas ele produz uma arte contemporânea sobre o medo de fazer e ser. Genial!
A tentativa de estabelecer conexão com os personagens é constante, mas Haneke não parece minimamente disposto a permitir essa possibilidade. Decorre disso um filme enfadonho e sem rumo.
A habilidade de Haneke em nos apresentar situações provocativas e inconvenientes com cenários corriqueiros do nosso dia a dia é o que há de melhor. Seja na rua, na sua sala de estar ou no metrô, uma pequena ação desencadeia um tsunami.