Lupas (17)

Caraca :o

Nos escombros da Europa devastada pela Guerra, Rossellini filmou um alerta para as gerações futuras. Note que o discurso que ocasionou tudo isso continuava fazendo sua vítimas e não foi morto, só adormecido. Pena que queremos nos afastar de tal visão não a comprendendo dando brecha para que ela recrudesça no mundo. Grande cinema!

O fechamento da Trilogia da Guerra é o seu tomo mais interessante. Acompanhar o garoto em seus vários esforços por uma vida melhor para si e para a família, lidando sempre com algum tipo de entrave, é lembrar que a guerra sempre devasta, e suas consequências podem ser das mais severas imagináveis.

Da trilogia da guerra de Rossellini é o mais cruel, devastador. A jornada do garoto pela Alemanha destruída, impotente, sem esperanças, sendo obrigado a colher os frutos de algo que ele não plantou. Vivendo o pesadelo dos escombros de uma ideologia nefasta. Um dos grandes momentos do Neorrealismo Italiano.

Um retrato cru e riquíssimo sobre a reconstrução da Alemanha aos olhos de um menino, sem apelar para o sentimentalismo. Um drama foda como fio condutor, mas cujo objetivo central é o retrato histórico do ambiente, o dia-a-dia, as pessoas. Realismo de 1a.!

O mais belo e trágico dos filmes.

Pois os horrores da segunda guerra não acabaram com o seu término.

Filme extremamente forte e trágico

Só as imagens da Berlim devastada pela segunda guerra já garantem o espetáculo deste pequeno grande filme.

04/01/08

História: Garoto pervertido e maluco, mata o pai com veneno e depois se mata!

A Alemanha regressa ao ano zero com a guerra, e o mundo é filtrado pelos olhos de uma criança, parte do horror humano e da danação causada pela guerra, agora acreditando não merecer viver num mundo que na verdade não te merece.

Aqui a resistência é muito mais dura que em 'Roma, Cidade Aberta', sendo essencialmente uma resistência moral, frente à corrupção e ao colapso, à Alemanha e aos alemães em ruínas. Os minutos finais são quase como um filme de terror.

Um autêntico filme do neorrealismo, trazendo a fotografia planejada e estourada, um cenário em ruínas e que ilustra bem o conteúdo refletido, a realidade cortante, e todo aquele discurso de país decadente, famílias desestruturadas e juventude perdida.

Das coisas mais impressionantes que já tive o prazer de ver nas obras cinematográficas são os cenários reais da Alemanha pós-guerra de 1947.

Apesar da trilha sonora um pouco excessiva e da duração muito apressada, o filme apresenta uma força incrível na sua história, pesada e reflexiva, tentando nos colocar no lugar daquele garoto, cercado das dúvidas e do horror deixados pela guerra.

Um dos mais impiedosos retratos do Neorealismo.